DARKESTNGT

Aqui irei postar as coisas que escrevo.

| | A beleza em seu dom. | |

– Olá, bom dia a-Xian, bom dia filho, bom dia amor. — Yanli disse ao entrar na cozinha vendo que estavam esperando por ela. – Espera, onde está o a-Cheng? – Jiujiu disse que não vai tomar café da manhã com a gente hoje, ele acordou com uma nuvem, mamãe. — Jin Ling avisou e depois se distraiu comendo. – Xian, você sabe o que houve? — Perguntou ao se sentar. – Não, ele saiu do quarto apenas para se esconder em algum outro lugar. – Provavelmente acordou estressado, como de costume. — Jin Zixuan falou logo antes de comer os bolinhos que Yanli havia feito. – Eu deveria tentar falar com ele mais tarde, não gosto quando ele acorda com uma nuvem, ele sempre se isola. — Soou triste. – Ele vai ficar bem, ele sempre fica. — Zixuan disse calmo como se aquilo fosse acalmar Yanli de alguma forma. – Assim espero. — Ela suspirou. – O que vai fazer hoje, Xian? Vai ajudar alguém com suas visões? – Sim, bom vou tentar, né? Espero que ajude alguém. — Sorriu docemente. – Vai ajudar sim, você é o melhor. — Sorriu e fez carinho na cabeça de seu irmão. – Vamos comer para começarmos nossos afazeres na vila.

[...]

Jiang Cheng estava escondido longe da casa, perto de um rio, sua mãe sempre dizia que ali tinha começado o encanto que havia abençoado sua família, mas que benção era a que ele recebeu? Fazer garoar, chover, trovejar, nevar, relampejar ou formar um furacão sempre que estivesse triste, bravo ou nervoso? As coisas sempre se arruinam quando ele não está em um bom humor, ele sempre causa coisas ruins e muitas vezes, as pessoas culpam ele por isso, sempre dizem que ele deveria ser menos temperamental, mas pra quem não tem que lidar se vai fazer uma tempestade acontecer, deve ser fácil falar sobre ser temperamental. Desde pequeno Cheng se esconde quando ele fica com uma nuvem, ele sempre odiou ter elas, não havia beleza em seu humor afetar o tempo, ele não via beleza em fazer chover ou nevar, não sentia que seu dom fosse útil para algo. Bom, a irmã dele cura as pessoas com comida, o irmão dele prevê o futuro e na opinião de Cheng, todos buscam o poder dos dois porque é algo útil, mas o que ele poderia oferecer com tempestades e furacões? Não tem utilidade. Pensamentos ruins sempre tomavam a cabeça dele e quanto mais ele pensava mais e mais sua nuvem crescia e ele se molhava com sua própria chuva.

– Uhm... Oi. — Uma voz doce puxou Cheng de todos os seus pensamentos. – Olá. — Chamou de novo fazendo um movimento de 'tchau' com a mão. – Quem é você? O que quer? — Cheng foi grosso e o sorriso do homem desapareceu. – Eu não queria incomodar...Posso sentar? — Cheng acenou que sim com a cabeça. — Me chamo Nie Huaisang, prazer. — Ele sentou ao lado de Cheng na rocha perto do rio, após se apresentar e sentiu a chuva começar a molhar ele. – Me chamo Cheng, e então o que você quer? — Perguntou novamente, mas dessa vez sua voz saiu num tom menos raivoso. – Eu sempre vejo você, de longe, principalmente quando você está com uma nuvem, eu acho lindo o jeito que ela paira sobre a sua cabeça, eu sei que acontece só porque você está triste, bravo ou algo assim, mas não consigo evitar em ver beleza nisso. — Suspirou. – O que aconteceu? Por que você tem essa nuvem hoje? – Eu acordei com ela, eu tive um pesadelo e ela não quer sumir. — Ele olhou para Huaisang e percebeu que o mesmo estava encharcado e se afastou. – Olha desculpa por ter te deixado assim, você deveria ir pra casa e se secar, antes que fique doente. – Não foi culpa sua, eu que sentei do seu lado, eu não sou burro, eu sabia que iria me molhar. — Se aproximou novamente de Cheng. – A não ser que você queira que eu vá embora, se você quiser, eu vou. – Não, pode ficar, eu só... — Respirou fundo. – As pessoas não costumam querer ficar perto de mim, eu meio que sou uma ameaça, sabe? Posso soltar um raio em alguém sem querer, por isso eu me isolo quando fico assim. — Soltou uma risada baixa como se estivesse sem graça. – Bom, eles que perdem então, você é uma pessoa maravilhosa. — Sorriu. – Só precisa ver que tem beleza no seu dom. – Qual beleza tem? Eu não vejo nenhuma. – Bom, eu vejo… E faz tempo que eu quero te mostrar uma coisa. — Se levantou. – Vem comigo? — Cheng acenou com a cabeça em confirmação e Sang pegou a mão dele ajudando-o a se levantar.

Huaisang saiu andando puxando Cheng pela mão, eles andaram toda a mata até chegarem na vila, todos encaravam eles, os olhares estavam direcionados a Cheng que ainda estava com a nuvem sobre sua cabeça, a nuvem não era tão grande como antes, mas ainda estava chovendo. Eles pararam na frente de uma casa, Huaisang abriu a porta e entrou enquanto Cheng ficou parado na frente da casa.

– Ei, Vem! Pode entrar! – Eu não posso entrar na sua casa com uma nuvem, eu vou destruir a casa, vai molhar tudo e se eu soltar um raio em alguma coisa? — Ele parecia preocupado e sua nuvem aumentou novamente. – Eu deveria ir embora. — Ele se virou pra ir embora e Huaisang correu para frente dele. – Não faz mal, você não vai destruir nada, ‘tá tudo bem, eu realmente preciso te mostrar isso, vem comigo. — Ele segurou a mão de Cheng e levou-o para dentro. – Oi, maninho, fez amigo novo? — Um homem alto perguntou quando viu o garoto passar pelo corredor. – Sim, da-ge, esse é o Cheng. — Sorriu para o irmão e Cheng acenou e disse um 'Oi' bem baixo. – Qual é a da nuvem? ‘Cê sabe que ‘tá molhando a casa toda né? – Eu sei, da-ge, depois eu seco o chão! Ele ‘tá nervoso, deixa ele. — Sang puxou a mão de Cheng como se dissesse “Vamos!” e continuou andando pelo corredor até chegar em uma porta com desenhos de flores. – Esse é o meu quarto, vem. — Disse entrando no quarto. – O que você quer tanto me mostrar? – Quero que você veja o quanto seu dom é bonito. — Sorriu e pegou algo em cima da escrivaninha e entregou para Cheng. – Pode se sentar, se quiser. – O que é isso? — Questionou sentando na cama. – É uma pasta catálogo, uso para por meus desenhos, abra! – Ficou observando Cheng olhar seus desenhos. – Sabe, toda vez que vejo uma única nuvem escura pairando o céu no meio da mata, eu vou até lá e fico te observando de longe, como eu disse, eu sei que isso só acontece porque você não está bem, e essa é a parte que me deixa triste, mas eu acho a sua nuvem tão linda. Eu vou até lá ver você, e toda vez que eu vou, eu sinto vontade de falar com você, mas eu nunca tive coragem, então eu sempre volto pra casa com a imagem de você sentado na frente do rio olhando em volta com uma nuvem sobre sua cabeça, e eu desenho, eu sempre vi beleza no seu dom, então eu transformei em desenhos. — Notou que Cheng tinha um semblante de choque em sua face, sua nuvem havia desaparecido e tinha um pequeno arco-íris sobre a cabeça dele. – Você gostou dos desenhos? – É meio estranho, você ficar me observando, mas sim, eu adorei os desenhos, eu nunca pensei que alguém pudesse ver beleza no meu dom, a maioria das pessoas me afasta por sentir medo ou por me achar esquisito. — Suspirou. – Eu fico feliz que você foi falar comigo, a quanto tempo você me observa? – Desde que você ganhou o seu dom, bom eu sempre via as crianças te afastando, apenas seus irmãos ficavam junto de você, sempre quis chamar você para brincar, mas eu não tinha coragem, sempre senti muita vergonha de me enturmar, então eu ficava em casa desenhando. — Sorriu e se sentou ao lado de Cheng. – Então você me desenha desde que era criança? – Não, comecei a desenhar você há alguns meses. – Por que só hoje você falou comigo? – Sua nuvem estava pior que o de costume, isso me preocupou. – Fico feliz que você foi falar comigo. — Sorriu e sentiu seu rosto queimar, a nuvem voltou por causa do nervosismo. – Desculpe, não sei o que aconteceu. – Tudo bem. — Disse passando a mão pela nuvem e desfazendo ela. – Pronto, não foi nada demais, era só uma nuvem inofensiva. – Obrigado. – De nada, Cheng. — Sorriu. – Você quer levar com você? – O que? – Os desenhos... Assim quando você achar que seu dom é algo ruim, pode olhar eles e se lembrar que é algo bom. – Eu adoraria, você quer algum desenho daqui pra você? – Não, eu sempre posso fazer outro. — Sorriu. – Nunca se esqueça que você é incrível do seu jeitinho. – Obrigado, Huaisang. — Ele se levantou e Sang também. – Eu vou com você até a porta. — Ele sorriu para o outro que retribuiu o sorriso.

Ele acompanhou Cheng até a porta e se despediu dele, Cheng agradeceu novamente pelos desenhos, o que fez Huaisang sorrir; Ele ficou olhando o outro ir embora e só entrou em casa quando Cheng ficou fora do seu campo de visão. Ele secou o chão que ainda estava um pouco molhado e quando terminou foi para o seu quarto desenhar.

[...]

– A-Cheng!! Você está bem?? — Yanli correu para abraçar ele quando o viu chegando em casa. – Eu fiquei tão preocupada, a gente foi procurar você onde você sempre fica, mas ninguém achou você! – Eu estou bem, eu fui na casa de um amigo. — Explicou. – Você fez um amigo? Quem foi o maluco? — Wei Wuxian perguntou brincalhão e Cheng soltou um raio nele. – AI! – Ele é uma pessoa muito gentil, olha como fala! – Jiujiu, o que é isso na sua mão? — Perguntou puxando a pasta da mão de Cheng. – Que desenhos bonitos. – Quem te deu isso, a-Cheng? — Yanli questionou olhando os desenhos junto de Jin Ling. – Eles são lindos. – Foi o Huaisang, o meu novo amigo. — Sorriu. – Ele vê beleza no meu dom e gosta de desenhar. – O irmão mais novo do Mingjue, não é? — Wei Wuxian perguntou. – Acho que sim, ele tem um irmão mais velho. — Pegou a pasta de desenhos e voltou o seu olhar para Wuxian. – Por que a pergunta? – Eu tive uma visão dele uma vez, ele veio até mim e pediu para eu ter uma visão, a visão sobre ele foi tão confusa, nada fazia muito sentido, tanto que nem me lembro direito sobre, eu apenas disse que não tinha nada de ruim no futuro dele, espero que toda aquela confusão não fosse algo ruim. – Você mentiu pra ele? — Cheng perguntou e uma nuvem surgiu. – Não menti, eu apenas não disse toda a verdade, eu não vi nada ruim na visão, mas né, vai saber. – A-Cheng respira fundo. — Yanli pediu passando a mão na nuvem sobre a cabeça dele. – Obrigado Yanli. — Suspirou. – E você, para de mentir pros outros sobre a sua visão. — Saiu para o seu quarto com outra nuvem sobre sua cabeça. – NÃO É MENTIR, E SIM OMITIR. — Gritou e a nuvem de Cheng liberou outro raio nele. – JIANG CHENG! ISSO DÓI! – Xian, você deveria parar de incomodar o Cheng. — Yanli disse risonha, Wuxian riu brincalhão e foi para cozinha.

[...]

Cheng foi se deitar e ficou pensando em Huaisang e nos desenhos dele, aquele garoto era maravilhoso, ele não conseguia parar de pensar no quanto Sang melhorou seu dia apenas de falar com ele e deixou ele tão calmo a ponto de sua nuvem sumir rapidamente. Ele queria falar novamente com Huaisang, queria ouvir Sang falando sobre seus desenhos e também adoraria vê-lo desenhando. Ele pegou no sono pensando nos desenhos de Huaisang.