[2a] Saco de Papel

O desencontro amoroso. O amor não correspondido. A sua dor. Fiona Apple trata disso em Paper Bag (Spotify / YouTube) – e, nela, apesar de sua voz performar um espectro emocional que passa rápido da fantasia e esperança às frustrações e sofrimento daquela experiência, é notável como a música, de forma consistente e contrastante (em relação à letra), investe em um andamento realmente gracioso, quase uma valsa; e, ao final, a ênfase nos metais surpreendentemente acaba por conferir delicadeza, uma aura romântica e mesmo certo conforto. Doce. Amargo. Dor. Beleza.

Eu estava olhando para o céu, procurando uma estrela Para rezar, ou fazer um pedido, ou algo assim Eu estava curtindo um devaneio em relação a um garoto Que na realidade eu sabia, era algo sem esperança E então a pomba da esperança começou sua descida E eu acreditei por um momento que minhas chances Estavam crescendo Mas quando ela caiu ali perto, uma lágrima cansada também caiu Eu pensei que fosse um pássaro, mas era apenas um saco de papel

A fome dói, e eu o quero tanto, oh isso mata Porque eu sei que sou uma bagunça que ele não quer limpar Eu tive que desistir porque estas mãos estão muito trêmulas para segurar A fome dói, mas morrer de fome ajuda, quando custa demais amar

E eu fiquei louca de novo hoje Procurando uma corda para escalar, procurando um pouco de esperança Ele disse que não poderia ficar Não colocaria seus lábios nos meus e, sem beijo, não tem jeito Eu disse, “Querido, não me sinto muito bem, não fique acanhado Vamos, coloque um pouco de amor aqui no meu vazio,” Ele disse, “Está tudo na sua cabeça,” E eu disse, “Assim como tudo” mas ele não entendeu Eu pensei que ele fosse um homem mas ele era só um garotinho

A fome dói, e eu o quero tanto, oh isso mata Porque eu sei que sou uma bagunça que ele não quer limpar Eu tive que desistir porque estas mãos estão muito trêmulas para segurar A fome dói, mas morrer de fome ajuda, Quando custa demais amar A fome dói mas eu o quero tanto, oh isso mata Porque eu sei que sou uma bagunça que ele não quer limpar Eu tive que desistir porque estas mãos estão muito trêmulas para segurar A fome dói, mas morrer de fome ajuda, Quando custa demais amar Oh, a fome dói mas eu o quero tanto, oh isso mata Porque eu sei que sou uma bagunça que ele não quer limpar Eu tive que desistir porque estas mãos estão muito trêmulas para segurar A fome dói, mas morrer de fome, ajuda Quando custa demais amar