Lições 1

Rm 15:4 Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.

O que é uma hospedagem de site?

Nós, humanos, sempre que viajamos nos hospedamos em algum lugar. Ali, na hospedagem, alimentamos e podemos descansar em paz. Com sites não é muito diferente, eles também precisam de uma hospedagem. Afinal, pode-se dizer que eles viajam o mundo inteiro. Este site, por exemplo, só está sendo apresentado na tela do seu dispositivo, porque antes foi hospedado e está sendo alimentado pelo 'servidor de hospedagem'.

Para esclarecer, todo site precisa está armazenado e localizado em algum lugar na Rede Mundial de Computadores (sigla em Inglês, WEB), de maneira que, quando for solicitado pelo navegador de algum cliente/usuário, ele seja imediatamente exibido na tela do dispositivo. Todo o conteúdo do site, tais como os arquivos HTML, PHP, CSS, JS, áudios, vídeos e imagens são armazenados pelo servidor de hospedagem (em inglês, Hosting Server), e podem ser solicitados a qualquer hora do dia ou da noite.

Diferente da hospedagem para humanos, que está limitada a uma região específica, a hospedagem para sites está disponível para qualquer região do mundo. O site fica hospedado localmente, mas todas as vezes que é solicitado para visualização, o servidor envia uma cópia para o cliente/usuário.

Existem várias empresas que prestam esse serviço, seja de forma gratuita ou paga. Para sites simples que ocupa pouco espaço de armazenamento no servidor, como um portifólio, uma página de links ou até mesmo um blog você encontra hospedagens gratuitas na Awardspace, Hostinger e InfinityFree, por exemplo, mas essas empresas também oferecem um serviço mais aprimorado por um valor mensal ou anual.

A cada requisição que é feita pelo navegador, o site precisa estar no ar, precisa responder rapidamente, precisa ser seguro, e você só poderá exigir essas e outras coisas, se você estiver pagando. A empresa de hospedagem tem seus custos, a cada requisição feita é um gasto a mais nos equipamentos, nos megas de internet, na energia elétrica, em tudo.

Agora, falando da hospedagem gratuita, tem algumas coisas importantes a serem avaliadas, mesmo que seu site seja leve, simples e pequeno, a hospedagem gratuita não suportará todo o tráfico dos usuário se estes forem muitos acessando simultaneamente e/ou exceder um determinado limite de acessos mensal. Essas hospedagens também não costumam oferecer um serviço de segurança satisfatório e pode até limitar os tipos de arquivos usados no site.

Aí fica à sua escolha, a minha dica é que contate um desenvolvedor para fazer um dimensionamento e ver se vale a pena hospedar seu site gratuitamente. De qualquer maneira, se você perceber que o serviço gratuito está sendo insuficiente, você pode mudar para um plano pago imediatamente.

O propósito deste artigo foi mostrar que todo conteúdo do seu site precisa está hospedado em algum lugar da WEB, mas para acessar esse site você precisa ter registrado um nome de domínio e vinculado-o ao seu servidor de hospedagem. Confira: O que é um nome de domínio?

Olavo de Carvalho

Dicta & Contradicta, junho de 2009

Quando a obra de um único autor é mais rica e poderosa que a cultura inteira do seu país, das duas uma: ou o país consente em aprender com ele ou recusa o presente dos céus e inflige a si próprio o merecido castigo pelo pecado da soberba, condenando-se ao definhamento intelectual e a todo o cortejo de misérias morais que necessariamente o acompanham.

Mário Ferreira ocupa no Brasil uma posição similar à de Giambattista Vico na cultura napolitana do século XVIII ou de Gottfried von Leibniz na Alemanha da mesma época: um gênio universal perdido num ambiente provinciano incapaz não só de compreendê-lo, mas de enxergá-lo. Leibniz ainda teve o recurso de escrever em francês e latim, abrindo assim algum diálogo com interlocutores estrangeiros. Mário está mais próximo de Vico no seu isolamento absoluto, que faz dele uma espécie de monstro. Quem, num ambiente intelectual prisioneiro do imediatismo mais mesquinho e do materialismo mais deprimente – materialismo compreendido nem mesmo como postura filosófica, mas como vício de só crer no que tem impacto corporal –, poderia suspeitar que, num escritório modesto da Vila Olimpia, na verdade uma passagem repleta de livros entre a cozinha e a sala de visitas, um desconhecido discutia em pé de igualdade com os grandes filósofos de todas as épocas, demolia com meticulosidade cruel as escolas de pensamento mais em moda e sobre seus escombros erigia um novo padrão de inteligibilidade universal?

Os problemas que Mário enfrentou foram os mais altos e complexos da filosofia, mas, por isso mesmo, estão tão acima das cogitações banais da nossa intelectualidade, que esta não poderia defrontar-se com ele sem passar por uma metanóia, uma conversão do espírito, a descoberta de uma dimensão ignorada e infinita. Foi talvez a premonição inconsciente do terror e do espanto – do thambos aristotélico – que a impeliu a fugir dessa experiência, buscando abrigo nas suas miudezas usuais e definhando pouco a pouco, até chegar à nulidade completa; decerto o maior fenômeno de auto-aniquilação intelectual já transcorrido em tempo tão breve em qualquer época ou país. A desproporção entre o nosso filósofo e os seus contemporâneos – muito superiores, no entanto, à atual geração – mede-se por um episódio transcorrido num centro anarquista, em data que agora me escapa, quando se defrontaram, num debate, Mário e o então mais eminente intelectual oficial do Partido Comunista Brasileiro, Caio Prado Júnior. Caio falou primeiro, respondendo desde o ponto de vista marxista à questão proposta como Leitmotiv do debate. Quando ele terminou, Mário se ergueu e disse mais ou menos o seguinte:

– Lamento informar, mas o ponto de vista marxista sobre os tópicos escolhidos não é o que você expôs. Vou portanto refazer a sua conferência antes de fazer a minha.

E assim fez. Muito apreciado no grupo anarquista, não por ser integralmente um anarquista ele próprio, mas por defender as idéias econômicas de Pierre-Joseph Proudhon, Mário jamais foi perdoado pelos comunistas por esse vexame imposto a uma vaca sagrada do Partidão. O fato pode ter contribuído em algo para o muro de silêncio que cercou a obra do filósofo desde a sua morte. O Partido Comunista sempre se arrogou a autoridade de tirar de circulação os autores que o incomodavam, usando para isso a rede de seus agentes colocados em altos postos na mídia, no mundo editorial e no sistema de ensino. A lista dos condenados ao ostracismo é grande e notável. Mas, no caso de Mário, não creio que tenha sido esse o fator decisivo. O Brasil preferiu ignorar o filósofo simplesmente porque não sabia do que ele estava falando. Essa confissão coletiva de inépcia tem, decerto, o atenuante de que as obras do filósofo, publicadas por ele mesmo e vendidas de porta em porta com um sucesso que contrastava pateticamente com a ausência completa de menções a respeito na mídia cultural, vinham impressas com tantas omissões, frases truncadas e erros gerais de revisão, que sua leitura se tornava um verdadeiro suplício até para os estudiosos mais interessados – o que, decerto, explica mas não justifica. A desproporção evidenciada naquele episódio torna-se ainda mais eloqüente porque o marxismo era o centro dominante ou único dos interesses intelectuais de Caio Prado Júnior, ao passo que, no horizonte infinitamente mais vasto dos campos de estudo de Mário Ferreira, era apenas um detalhe ao qual ele não poderia ter dedicado senão alguns meses de atenção: nesses meses, aprendera mais do que o especialista que dedicara ao assunto uma vida inteira.

A mente de Mário Ferreira era tão formidavelmente organizada que para ele era a coisa mais fácil localizar imediatamente no conjunto da ordem intelectual qualquer conhecimento novo que lhe chegasse desde área estranha e desconhecida. Numa outra conferência, interrogado por um mineralogista de profissão que desejava saber como aplicar ao seu campo especializado as técnicas lógicas que Mário desenvolvera, o filósofo respondeu que nada sabia de mineralogia mas que, por dedução desde os fundamentos gerais da ciência, os princípios da mineralogia só poderiam ser tais e quais – e enunciou quatorze. O profissional reconheceu que, desses, só conhecia oito.

A biografia do filósofo é repleta dessas demonstrações de força, que assustavam a platéia, mas que para ele não significavam nada. Quem ouve as gravações das suas aulas, registradas já na voz cambaleante do homem afetado pela grave doença cardíaca que haveria de matá-lo aos 65 anos, não pode deixar de reparar na modéstia tocante com que o maior sábio já havido em terras lusófonas se dirigia, com educação e paciência mais que paternais, mesmo às platéias mais despreparadas e toscas. Nessas gravações, pouco se nota dos hiatos e incongruências gramaticais próprios da expressão oral, quase inevitáveis num país onde a distância entre a fala e a escrita se amplia dia após dia. As frases vêm completas, acabadas, numa seqüência hierárquica admirável, pronunciadas em recto tono, como num ditado.

Quando me refiro à organização mental, não estou falando só de uma habilidade pessoal do filósofo, mas da marca mais característica de sua obra escrita. Se, num primeiro momento, essa obra dá a impressão de um caos inabarcável, de um desastre editorial completo, o exame mais demorado acaba revelando nela, como demonstrei na introdução àSabedoria das Leis Eternas[1], um plano de excepcional clareza e integridade, realizado quase sem falhas ao longo dos 52 volumes da sua construção monumental, a Enciclopédia das Ciências Filosóficas.

Além dos maus cuidados editoriais – um pecado que o próprio autor reconhecia e que explicava, com justeza, pela falta de tempo –, outro fator que torna difícil ao leitor perceber a ordem por trás do caos aparente provém de uma causa biográfica. A obra escrita de Mário reflete três etapas distintas no seu desenvolvimento intelectual, das quais a primeira não deixa prever em nada as duas subseqüentes, e a terceira, comparada à segunda, é um salto tão formidável na escala dos graus de abstração que aí parecemos nos defrontar já não com um filósofo em luta com suas incertezas e sim com um profeta-legislador a enunciar leis reveladas ante as quais a capacidade humana de discutir tem de ceder à autoridade da evidência universal.

A biografia interior de Mário Ferreira é realmente um mistério, tão grandes foram os dois milagres intelectuais que a moldaram. O primeiro transformou um mero ensaísta e divulgador cultural em filósofo na acepção mais técnica e rigorosa do termo, um dominador completo das questões debatidas ao longo de dois milênios, especialmente nos campos da lógica e da dialética. O segundo fez dele o único – repito, o único – filósofo moderno que suporta uma comparação direta com Platão e Aristóteles. Este segundo milagre anuncia-se ao longo de toda a segunda fase da obra, numa seqüência de enigmas e tensões que exigiam, de certo modo, explodir numa tempestade de evidências e, escapando ao jogo dialético, convidar a inteligência a uma atitude de êxtase contemplativo. Mas o primeiro milagre, sobrevindo ao filósofo no seu quadragésimo-terceiro ano de idade, não tem nada, absolutamente nada, que o deixe prever na obra publicada até então. A família do filósofo foi testemunha do inesperado. Mário fazia uma conferência, no tom meio literário, meio filosófico dos seus escritos usuais, quando de repente pediu desculpas ao auditório e se retirou, alegando que “tivera uma idéia” e precisava anotá-la urgentemente. A idéia era nada mais, nada menos que as teses numeradas destinadas a constituir o núcleo da Filosofia Concreta, por sua vez coroamento dos dez volumes iniciais da Enciclopédia, que viriam a ser escritos uns ao mesmo tempo, outros em seguida, mas que ali já estavam embutidos de algum modo. A Filosofia Concreta é construída geometricamente como uma seqüência de afirmações auto-evidentes e de conclusões exaustivamente fundadas nelas – uma ambiciosa e bem sucedida tentativa de descrever a estrutura geral da realidade tal como tem de ser concebida necessariamente para que as afirmações da ciência façam sentido.

Mário denomina a sua filosofia “positiva”, mas não no sentido comteano. Positividade (do verbo “pôr”) significa aí apenas “afirmação”. O objetivo da filosofia positiva de Mário Ferreira é buscar aquilo que legitimamente se pode afirmar sobre o conjunto da realidade à luz do que foi investigado pelos filósofos ao longo de vinte e quatro séculos. Por baixo das diferenças entre escolas e correntes de pensamento, Mário discerne uma infinidade de pontos de convergência onde todos estiveram de acordo, mesmo sem declará-lo, e ao mesmo tempo vai construindo e sintetizando os métodos de demonstração necessários a fundamentá-los sob todos os ângulos concebíveis.

Daí que a filosofia positiva seja também “concreta”. Um conhecimento concreto, enfatiza ele, é um conhecimento circular, que conexiona tudo quanto pertence ao objeto estudado, desde a sua definição geral até os fatores que determinam a sua entrada e saída da existência, a sua inserção em totalidades maiores, o seu posto na ordem dos conhecimentos, etc. Por isso é que à seqüência de demonstrações geométricas se articula um conjunto de investigações dialéticas, de modo que aquilo que foi obtido na esfera da alta abstração seja reencontrado no âmbito da experiência mais singular e imediata. A subida e descida entre os dois planos opera-se por meio da decadialética, que enfoca o seu objeto sob dez aspectos:

  1. Campo sujeito-objeto. Todo e qualquer ser, seja físico, espiritual, existente, inexistente, hipotético, individual, universal, etc. é simultaneamente objeto e sujeito, o que é o mesmo que dizer – em termos que não são os usados pelo autor – receptor e emissor de informações. Se tomarmos o objeto mais alto e universal – Deus –, Ele é evidentemente sujeito, e só sujeito, ontologicamente: gerando todos os processos, não é objeto de nenhum. No entanto, para nós, é objeto dos nossos pensamentos. Deus, que ontologicamente é puro sujeito, pode ser objeto do ponto de vista cognitivo. No outro extremo, um objeto inerte, como uma pedra, parece ser puro objeto, sem nada de sujeito. No entanto, é óbvio que ela está em algum lugar e emite aos objetos circundantes alguma informação sobre a sua presença, por exemplo, o peso com que ela repousa sobre outra pedra. Com uma imensa gradação de diferenciações, cada ente pode ser precisamente descrito nas suas respectivas funções de sujeito e objeto. Conhecer um ente é, em primeiro lugar, saber a diferenciação e a articulação dessas funções. Alguns exercícios para o leitor se aquecer antes de entrar no estudo da obra de Mário Ferreira: (1) Diferencie os aspectos e ocasiões em que um fantasma é sujeito e objeto. (2) E uma idéia abstrata, quando é sujeito, quando é objeto? (3) E um personagem de ficção, como Dom Quixote?

  2. Campo da atualidade e virtualidade. Dado um ente qualquer, pode-se distinguir entre o que ele é efetivamente num certo momento e aquilo em que ele pode (ou não) se transformar no instante seguinte. Alguns entes abstratos, como por exemplo a liberdade ou a justiça, podem se transformar nos seus contrários. Mas um gato não pode se transformar num antigato.

  3. Distinção entre as virtualidades (possibilidades reais) e as possibilidades não-reais, ou meramente hipotéticas. Toda possibilidade, uma vez logicamente enunciada, pode ser concebida como real ou irreal. Só podemos obter essa gradação pelo conhecimento dialético que temos das potências do objeto.

  4. Intensidade e extensidade. Mário toma esses termos emprestados do físico alemão Wilhelm Ostwald (1853-1932), separando aquilo que só pode variar em diferença de estados, como por exemplo o sentimento de temor ou a plenitude de significados de uma palavra, e aquilo que se pode medir por meio de unidades homogêneas, como por exemplo linhas e volumes.

  5. Intensidade e extensidade nas atualizações. Quando os entes passam por mudanças, elas podem ser tanto de natureza intensiva quanto extensiva. A descrição precisa das mudanças exige a articulação dos dois pontos de vista.

  6. Campo das oposições no sujeito: razão e intuição. O estudo de qualquer ente sob os cinco primeiros aspectos não pode ser feito só com base no que se sabe deles, mas tem de levar em conta a modalidade do seu conhecimento, especialmente a distinção entre os elementos racionais e intuitivos que entram em jogo.

  7. Campo das oposições da razão: conhecimento e desconhecimento. Se a razão fornece o conhecimento do geral e a intuição o do particular, em ambos os casos há uma seleção: conhecer é também desconhecer. Todos os dualismos da razão – concreto-abstrato, objetividade-subjetividade, finito-infinito, etc. – procedem da articulação entre conhecer e desconhecer. Não se conhece um objeto enquanto não se sabe o que tem de ser desconhecido para que ele se torne conhecido.

  8. Campo das atualizações e virtualizações racionais. A razão opera sobre o trabalho da intuição, atualizando ou virtualizando, isto é, trazendo para o primeiro plano ou relegando para um plano de fundo os vários aspectos do objeto percebido. Toda análise crítica de conceitos abstratos supõe uma clara consciência do que aí foi atualizado e virtualizado.

  9. Campo das oposições da intuição. A mesma separação do atual e do virtual já acontece no nível da intuição, que é espontaneamente seletiva. Se, por exemplo, olhamos esta revista como uma singularidade, fazemos abstração dos demais exemplares da mesma tiragem. Tal como a razão, a intuição conhece e desconhece.

  10. Campo do variante e do invariante. Não há fato absolutamente novo nem absolutamente idêntico a seus antecessores. Distinguir os vários graus de novidade e repetição é o décimo e último procedimento da decadialética.

Mário complementa o método com a pentadialética, uma distinção de cinco planos diferentes nos quais um ente ou fato pode ser examinado: como unidade, como parte de um todo do qual é elemento, como capítulo de uma série, como peça de um sistema (ou estrutura de tensões) e como parte do universo.

Nos dez primeiros volumes da Enciclopédia, Mário aplica esses métodos à resolução de vários problemas filosóficos divididos segundo a distinção tradicional entre as disciplinas que compõem a filosofia – lógica, ontologia, teoria do conhecimento, etc. –, compondo assim a armadura geral com que, na segunda série, se aprofundará no estudo pormenorizado de determinados temas singulares.

Aconteceu que, na elaboração dessa segunda série, ele se deteve mais demoradamente no estudo dos números em Platão e Pitágoras, o que acabou por determinar o upgrade espetacular que marca a segunda metanóia do filósofo e os dez volumes finais da Enciclopédia, tal como expliquei na introdução à Sabedoria das Leis Eternas. O livro Pitágoras e o Tema do Número, um dos mais importantes do autor, dá testemunho da mutação. O que chamou a atenção de Mário foi que, na tradição pitagórico-platônica, os números não eram encarados como meras quantidades, no sentido em que são usados nas medições, mas sim como formas, isto é, articulações lógicas de relações possíveis. O que Pitágoras queria dizer com sua famosa afirmação de que “tudo são números” não é que todas as qualidades diferenciadoras podiam se reduzir a quantidades, mas que as quantidades mesmas eram por assim dizer qualitativas: cada uma delas expressava um certo tipo de articulação de tensões cujo conjunto formava um objeto. Mas, se de fato é assim, conclui Mário, a seqüência dos números inteiros não é apenas uma contagem, mas uma série ordenada de categorias lógicas. Contar é, mesmo inconscientemente, galgar os degraus de uma compreensão progressiva da estrutura do real. Vejamos, só para exemplificar, o que acontece no trânsito do número um ao número cinco. Todo e qualquer objeto é necessariamente uma unidade. Ens et unum convertuntur, “o ser e a unidade são a mesma coisa”, dirá Duns Scot. Ao mesmo tempo, porém, esse objeto conterá em si alguma dualidade essencial. Mesmo a unidade simples, ou Deus, não escapa ao dualismo gnoseológico do conhecido e do desconhecido, já que aquilo que Ele conhece de si mesmo é desconhecido por nós. Ao mesmo tempo, os dois aspectos da dualidade têm de estar ligados entre si, o que exige a presença de um terceiro elemento, a relação. Mas a relação, ao articular os dois aspectos anteriores, estabelece entre eles uma proporção, ou quaternidade. A quaternidade, considerada como forma diferenciada do ente cuja unidade abstrata captamos no princípio, é por sua vez uma quinta forma. E assim por diante.

A mera contagem exprime, sinteticamente, o conjunto das determinações internas e externas que compõem qualquer objeto material ou espiritual, atual ou possível, real ou irreal. Os números são portanto “leis” que expressam a estrutura da realidade. O próprio Mário confessa não saber se essa sua versão muito pessoal do pitagorismo coincide materialmente com a filosofia do Pitágoras histórico. Seja uma descoberta ou uma redescoberta, a filosofia de Mário descerra diante dos nossos olhos, de maneira diferenciada e meticulosamente acabada, um edifício doutrinal inteiro que, em Pitágoras – e mesmo em Platão – estava apenas embutido de maneira compacta e obscura. Ao mesmo tempo, em A Sabedoria dos Princípios e demais volumes finais da Enciclopédia, ele dá ao seu próprio projeto filosófico um alcance incomparavelmente maior do que se poderia prever até mesmo pela magistral Filosofia Concreta. A esta altura, aquilo que começara como conjunto de regras metodológicas se transmuta num sistema completo de metafísica, a mathesis megiste ou “ensinamento supremo”, ultrapassando de muito a ambição originária da Enciclopédia e elevando a obra de Mário Ferreira ao estatuto de uma das mais altas realizações do gênio filosófico de todos os tempos.

Não tenho a menor dúvida de que, quando passar a atual fase de degradação intelectual e moral do país e for possível pensar numa reconstrução, essa obra, mais que qualquer outra, deve tornar-se o alicerce de uma nova cultura brasileira. A obra, em si, não precisa disso: ela sobreviverá muito bem quando a mera recordação da existência de algo chamado “Brasil” tiver desaparecido. O que está em jogo não é o futuro de Mário Ferreira dos Santos: é o futuro de um país que a ele não deu nada, nem mesmo um reconhecimento da boca para fora, mas ao qual ele pode dar uma nova vida no espírito.

Notas:

[1] São Paulo, É-Realizações, 2001.

FÉ NA PESSOA DO SENHOR JESUS

Parte 04 de 12

AQUI ESTÁ UMA TENDÊNCIA MISERÁVEL entre os homens de deixar o próprio Cristo fora do evangelho. Eles também podem deixar a farinha de trigo fora do pão! Os homens ouvem a explicação do caminho da salvação e consentem com ele como sendo escriturístico, e de todas as maneiras que convém ao seu caso; mas eles se esquecem de que um plano não tem utilidade a menos que seja executado; e que, em matéria de salvação, sua fé pessoal no Senhor Jesus é essencial. Uma estrada para York não me levará até lá, devo percorrê-la sozinho. Toda a sã doutrina que já foi acreditada nunca salvará um homem a menos que ele coloque sua confiança no Senhor Jesus por si mesmo.

O Sr. McDonald perguntou aos habitantes da ilha de St. Kilda como um homem deve ser salvo. Um velho respondeu: “Seremos salvos se nos arrependermos, abandonarmos nossos pecados e nos voltarmos para Deus”. “Sim”, disse uma mulher de meia-idade, “e com um coração sincero também.” “Sim”, juntou-se um terceiro “e com oração”; e acrescentou um quarto: “Deve ser a oração do coração.” “E devemos ser diligentes também”, disse um quinto, “em guardar os mandamentos”. Assim, cada um tendo contribuído com sua parcela, sentindo que um credo muito decente havia sido inventado, todos procuraram a aprovação do pregador; mas eles haviam despertado sua mais profunda piedade: ele tinha que começar do princípio e pregar Cristo a eles. A mente carnal sempre mapeia para si uma maneira pela qual o eu pode trabalhar e se tornar grande; mas o caminho do Senhor é exatamente o oposto. O Senhor Jesus coloca isso de forma muito concisa em Marcos 16:16: “Quem crer e for batizado será salvo.” Acreditar e ser batizado não é uma questão de mérito para se gloriar; isso é tão simples que a vanglória é excluída, e a graça espontânea leva ao triunfo. Este caminho de salvação é escolhido para que possa ser visto apenas pela graça.

Pode ser que o leitor não esteja salvo: qual é a razão? Você acha que o caminho da salvação, conforme estabelecido no texto que citamos, é duvidoso? Você tem medo de não ser salvo se o seguisse? Como pode ser isso, quando Deus prometeu sua própria palavra para sua certeza? Como pode falhar aquilo que Deus prescreve, e sobre o qual ele faz uma promessa? Você acha isso muito fácil? Por que, então, você não cuida disso? Sua facilidade deixa sem desculpa aqueles que a negligenciam. Se você tivesse feito alguma coisa grande, não seja tolo a ponto de negligenciar as pequenas coisas. Acreditar é confiar ou apoiar-se em Cristo Jesus; em outras palavras, abandonar a autossuficiência e confiar no Senhor Jesus. Ser batizado é se submeter à ordenança que nosso Senhor cumpriu no Jordão, à qual os convertidos se submeteram no Pentecostes, à qual o carcereiro rendeu obediência na própria noite de sua conversão. É a confissão externa que deve sempre acompanhar a fé interna. O sinal externo não salva; mas nos mostra nossa morte, sepultamento e ressurreição com Jesus e, como a Ceia do Senhor, não deve ser negligenciado.

O grande ponto é acreditar em Jesus e fazer confissão de fé. Você acredita em Jesus? Então, caro amigo, ignore seus medos; assim você será salvo. Você ainda é um incrédulo? Então lembre-se, há apenas uma porta, e se você não entrar por ela, você deve perecer em seus pecados. A porta está aí; mas a menos que você entre por ela, qual é a utilidade dela para você? É necessário que você obedeça ao mandamento do evangelho. Nada pode salvá-lo se você não ouvir a voz de Jesus, e cumprir sua ordem de fato e de verdade. Pensar e fazer cálculos não atenderá ao propósito; você deve vir para um negócio real; pois somente quando você realmente acredita, você realmente viverá para Deus.

Ouvi falar de um amigo que desejava profundamente ser o meio de conversão de um jovem, e alguém disse a ele: “Você pode ir até ele e falar com ele, mas você não o levará adiante, pois ele é excessivamente bem familiarizado com o plano de salvação. “Foi eminentemente assim; e, portanto, quando nosso amigo começou a falar com o jovem, ele recebeu como resposta: “Estou muito grato a você, mas não sei se você pode me dizer muito, pois há muito que conheço e admiro o plano de salvação pelo sacrifício substitutivo de Cristo. “Ai de mim! ele estava descansando no plano, mas não havia acreditado na Pessoa. O plano de salvação é muitíssimo abençoado, mas de nada pode nos valer, a menos que pessoalmente creiamos no próprio Senhor Jesus Cristo.

Qual é o conforto de uma planta de uma casa se você não entrar na casa? O homem no degrau, à entrada da porta, que está sentado na chuva, não obtém muito conforto dos planos que estão expostos diante dele.

De que adianta um plano de vestimenta se você não tem um trapo para se cobrir? Você nunca ouviu falar do chefe árabe do Cairo, que estava muito doente e foi ao missionário, e o missionário disse que poderia lhe dar uma receita? Ele o fez; e uma semana depois de encontrar, o árabe não melhorou. “Você pegou minha receita?” – O missionário perguntou. “Sim, eu comi cada pedacinho do papel.” – respondeu o árabe. Ele sonhou que se curaria devorando os escritos do médico, que posso chamar de plano do remédio. Deveria ter mandado fazer a receita, e então poderia ter feito bem para ele, se ele tivesse tomado o gole: não adiantaria engolir o papel da receita. Assim é com a salvação: não é o plano de salvação que pode salvar, é a execução desse plano pelo Senhor Jesus em sua morte em nosso favor, e nossa aceitação do mesmo.

Segundo a lei judaica, o ofertante trazia um novilho e impunha as mãos sobre ele: não era um sonho, nem teoria, nem plano. Na vítima para o sacrifício, ele encontrou algo substancial, que podia manusear e tocar: mesmo assim, nós nos apoiamos na autêntica e verdadeira obra de Jesus, a coisa mais substancial sob o céu. Chegamos ao Senhor Jesus pela fé e dizemos: “Deus providenciou uma expiação aqui, e eu a aceito. Eu acredito no fato realizado na cruz; estou confiante de que o pecado foi eliminado por Cristo, e agora posso descansar em Cristo. Se você deseja ser salvo, deve ir além da aceitação de planos e doutrinas para um descanso na pessoa divina e a obra consumada do Senhor Jesus Cristo.

Jesus convida todos os que estão cansados ​​e sobrecarregados a irem a ele, e ele lhes dará descanso. Ele não promete isso para eles meramente sonharem com ele. Eles devem VIR; e eles devem vir a ELE, e não meramente à Igreja, ao batismo, ou à fé ortodoxa, ou a qualquer coisa menos que sua pessoa divina. Quando a serpente de bronze foi levantada no deserto, o povo não devia olhar para Moisés, nem para o Tabernáculo, nem para a coluna de nuvem, mas para a própria serpente de bronze. Olhar não era suficiente a menos que olhassem para o objeto certo: e o objeto certo não era suficiente a menos que olhassem. Não era suficiente para eles saber sobre a serpente de bronze; cada um deveria cuidar (experimentar) por si mesmo.

Quando um homem está doente, ele pode ter um bom conhecimento da medicina e, ainda assim, pode morrer se não tomar o remédio curativo. Devemos receber Jesus; pois “a todos quantos o receberam, a eles deu poder para se tornarem filhos de Deus”. Dê ênfase a duas Palavras: Devemos recebê- lo e, devemos RECEBÊ – LO . Devemos abrir bem a porta e receber a Cristo Jesus; pois “Cristo em você” é “a esperança da glória”. Cristo não deve ser nenhum mito, nenhum sonho, nenhum fantasma para nós, mas um homem real e verdadeiramente Deus; e nossa recepção dele não deve ser uma aceitação forçada e reinante, mas o consentimento sincero e feliz e consentimento da alma de que ele será o tudo em toda a nossa salvação. Não iremos nós imediatamente a ele, e fazer dele nossa única confiança?

A pomba é caçada pelo falcão e não encontra segurança de seu inquieto inimigo. Ela aprendeu que há abrigo para ela na fenda da rocha, e se precipita ali com asas alegres. Uma vez totalmente protegida em seu refúgio, ela não teme nenhuma ave de rapina. Mas se não se escondesse na rocha, seria agarrada por seu adversário. A rocha não teria utilidade para a pomba, se a pomba não entrasse em sua fenda. Todo o corpo deve estar escondido na rocha. O que aconteceria se dez mil outros pássaros encontrassem uma fortaleza lá, mas esse fato não salvasse a única pomba que agora é perseguida pelo falcão! Ela deve se colocar totalmente no abrigo e se enterrar em seu refúgio, ou sua vida será perdida para o destruidor. Que imagem de fé é essa! É entrar em Jesus, esconder-se em suas feridas.

“Rock of Ages, fenda para mim, Deixe-me esconder-me em ti.”

A pomba está fora de vista: só a rocha é vista. Da mesma forma, a alma culpada se lança para o lado dilacerado de Jesus pela fé e é enterrada nele, longe da vista da justiça vingativa. Mas deve haver esta aplicação pessoal a Jesus como abrigo; pois muitos adiam dia após dia, até o dia temido que eles irão “morrer em seus pecados”. Que palavra horrível é essa! É o que nosso Senhor disse aos judeus incrédulos; e ele diz o mesmo para nós nesta hora: “Se vocês não acreditarem que eu sou, vocês morrerão em seus pecados.” O coração de alguém estremece ao pensar que mesmo aquele que ler essas linhas ainda pode pertencer à miserável companhia que assim perecerá. O Senhor o impediu de sua grande graça!

Vi, outro dia, um quadro notável, que usarei como ilustração do caminho da salvação pela fé em Jesus. Um criminoso cometeu um crime pelo qual deveria morrer, mas foi nos tempos antigos, quando as igrejas eram consideradas santuários onde os criminosos podiam se esconder e escapar da morte. Veja o transgressor! Ele corre em direção à igreja, os guardas o perseguem com suas espadas desembainhadas, sedentos por seu sangue! Eles o seguem até a porta da igreja. Ele corre escada acima, e quando eles estão prestes a alcançá-lo, e cortá-lo em pedaços na soleira da igreja, o bispo sai e, segurando a cruz, clama: “Para trás, para trás! Não manche o recinto da casa de Deus com sangue! Afaste-se! “Os soldados ferozes imediatamente respeitam o emblema e se retiram, enquanto o pobre fugitivo se esconde atrás das vestes do Bispo. É assim mesmo com Cristo. O pecador culpado voa imediatamente para Jesus; e embora a Justiça o persiga, Cristo levanta suas mãos feridas e clama à Justiça: “Afaste-se! Eu protejo este pecador; no lugar secreto do meu tabernáculo eu o escondo; não o deixarei morrer, porque ele o coloca sua confiança em mim.

“Pecador, voe para Cristo! Mas você responde: “Eu sou muito vil.” Quanto mais vil você for, mais irá honrá-lo por acreditar que ele é capaz de proteger até você. “Mas eu sou um grande pecador.” Então, mais honra será dada a ele se você tiver fé para confiar nele, por maior que seja o pecado. Se você tiver um pouco de doença e dizer ao seu médico: “Senhor, estou bastante confiante em sua habilidade de curar” não há grande elogio em sua declaração. Qualquer pessoa pode curar uma dor de dedo ou uma doença insignificante. Mas se você está dolorido com uma complicação de doenças que o atormentam gravemente, e você diz: “Senhor, não procuro médico melhor; não pedirei outro conselho senão o seu; confio a mim com alegria a você.” Que honra você conferiu a ele, que você pode confiar sua vida em suas mãos enquanto ela está em perigo extremo e imediato! Faça o mesmo com Cristo; coloque sua alma aos cuidados dele: faça-o deliberadamente e sem dúvida.

Ouse abandonar todas as outras esperanças: arriscar tudo em Jesus; eu digo “arrisque”, embora não haja nada realmente arriscado nisso, pois ele é abundantemente capaz de salvar. Jogue-se simplesmente em Jesus; não deixe nada exceto a fé em sua alma para com Jesus; acredite nele, e confie nele, e você nunca terá vergonha de sua confiança. “Quem crer nele não será confundido” (1 Pedro 2: 6).

Parte 03 de 12

NÃO CONSEGUIMOS MUITAS VEZES ou muito claramente dizer à alma que busca que sua única esperança de salvação está no Senhor Jesus Cristo. Está nele completamente, único e sozinho. Para salvar tanto da culpa quanto do poder do pecado, Jesus é todo-suficiente. Seu nome é Jesus, porque “ele salvará o seu povo dos pecados deles”. “O Filho do homem tem poder na terra para perdoar pecados.” Ele é exaltado nas alturas “para dar arrependimento e remissão de pecados”. Desde a eternidade agradou a Deus conceber um método de salvação que deveria estar totalmente contido em seu Filho unigênito. O Senhor Jesus, para a realização desta salvação, tornou-se homem, e sendo encontrado na forma humana, tornou-se obediente até a morte, e morte de cruz. Se outra forma de libertação tivesse sido possível, o cálice da amargura teria passado dele. É lógico que o querido do céu não teria morrido para nos salvar se pudéssemos ter sido resgatados com menos despesas (ou de outra forma). A graça infinita forneceu o grande sacrifício; amor infinito submetido à morte por nossa causa. Como podemos sonhar que pode haver outro caminho além do que Deus providenciou a tal custo, e estabelecido na Sagrada Escritura de forma tão simples e urgente? Certamente é verdade que “Não há salvação em nenhum outro: pois não há nenhum outro nome debaixo do céu dado entre os homens, pelo qual devemos ser salvos.”

Supor que o Senhor Jesus salvou apenas a metade do homem e que é necessário, agora, algum trabalho ou sentimento próprio para terminar sua obra; é perverso. O que há de nosso que poderia ser adicionado ao seu sangue e justiça? “Todas as nossas justiças são como trapos imundos.” Isso pode ser remendado à custosa estrutura de sua justiça divina? Trapos e linho branco fino! Nossa escória e seu ouro puro! É um insulto ao Salvador sonhar com tal coisa. Já pecamos o suficiente, sem adicionar isso a todas as nossas outras ofensas.

Mesmo se tivéssemos alguma justiça da qual pudéssemos nos orgulhar; se nossas folhas de figueira fossem mais largas do que o normal e não estivessem murchando, seria sensato colocá-las de lado e aceitar aquela justiça que deve ser muito mais agradável a Deus do que qualquer coisa nossa. O Senhor deve ver mais do que é aceitável em seu Filho do que no melhor de nós. O melhor de nós! As palavras parecem satíricas, embora não tenham essa intenção. O que há de melhor em qualquer um de nós? “Não há ninguém que faça o bem; não, nenhum.” Eu, que escrevo estas linhas, confessaria abertamente que não tenho um fio de bondade própria. Eu não poderia inventar nem um trapo, ou um pedaço de trapo. Estou totalmente destituído. Mas se eu tivesse o mais justo naipe de boas obras que até o orgulho pode imaginar, eu o rasgaria para não vestir nada além das vestes da salvação, que são dadas gratuitamente pelo Senhor Jesus, do guarda-roupa celestial de seus próprios méritos.

É muito glorioso para nosso Senhor Jesus Cristo que devemos esperar todas as coisas boas somente dele. Isso é tratá-lo como ele merece ser tratado; pois assim ele é e ao lado dele não há nenhum outro que devemos olhar para ele e sermos salvos. Isso é tratá-lo como ele gosta de ser tratado, pois ele ordena a todos os que trabalham e estão sobrecarregados que venham até ele, e ele lhes dará descanso. Imaginar que ele não pode salvar ao máximo é limitar o Santo de Israel e colocar uma calúnia em seu poder; ou então caluniar o coração amoroso do Amigo dos pecadores e lançar uma dúvida sobre seu amor. Em qualquer dos casos, cometemos um pecado cruel e arbitrário contra os pontos mais ternos de sua honra, que são sua capacidade e disposição de salvar todos os que por meio dele se aproximam de Deus.

A criança, em perigo de incêndio, apenas se agarra ao bombeiro, e confia somente nele. Ela não levanta dúvidas sobre a força de seus membros para carregá-la, ou o zelo de seu coração para resgatá-la; mas ela se apega. O calor é terrível, a fumaça cega, mas ela se agarra; e seu libertador rapidamente a leva para um local seguro. Com a mesma confiança infantil, apegue-se a Jesus, que pode e irá tirá-lo do perigo das chamas do pecado.

A natureza do Senhor Jesus deve inspirar-nos com a mais completa confiança. Como ele é Deus, ele é todo-poderoso para salvar; como ele é homem, está cheio de toda a plenitude para abençoar; como ele é Deus e homem em uma Pessoa Majestosa, ele encontra o homem em sua condição de criatura e Deus em sua santidade. A escada é longa o suficiente para ir desde Jacó prostrado na terra até Jeová reinando no céu. Trazer outra escada seria supor que ele falhou em transpor a distância; e isso seria desonrá-lo gravemente. Se até mesmo acrescentar algo às suas palavras é lançar uma maldição sobre nós mesmos, o que deve ser fingir acrescentar algo a si mesmo? Lembre-se de que ele mesmo é o Caminho; e supor que devemos, de alguma maneira, adicionar algo ao caminho divino, é ser arrogante o suficiente para pensar em adicionar algo a ele. Fora com essa noção! Odeie isso como se fosse uma blasfêmia; pois em essência é a pior das blasfêmias contra o Senhor do amor.

Vir a Jesus com um dinheiro (ou favor) em nossas mãos seria um orgulho insuportável, mesmo se tivéssemos qualquer preço que pudéssemos pagar. O que ele precisa de nós? O que poderíamos trazer se ele precisasse? Ele venderia as bênçãos inestimáveis ​​de sua redenção? Aquilo que ele produziu no sangue de seu coração, ele trocaria conosco por nossas lágrimas e votos, ou por observâncias cerimoniais, sentimentos e obras? Ele não está reduzido a fazer um mercado de si mesmo: ele dará livremente, como requer seu amor real; mas aquele que lhe oferece um preço não sabe com quem está lidando, nem quão gravemente ofende seu Espírito livre. Os pecadores de mãos vazias podem ter o que quiserem. Tudo o que eles precisam está em Jesus, e ele o dá quando pede; mas devemos acreditar que ele é tudo em todos, e não devemos ousar dizer uma palavra sobre completar o que ele terminou, ou nos ajustar (tornar merecedores) para o que ele nos dá (gratuitamente) como pecadores indignos.

A razão pela qual podemos esperar o perdão dos pecados e a vida eterna, pela fé no Senhor Jesus, é que Deus assim o designou. Ele se comprometeu no evangelho a salvar todos os que realmente confiam no Senhor Jesus, e ele nunca fugirá de sua promessa. Ele está tão satisfeito com seu Filho unigênito, que tem prazer em todos os que se apegam a ele como sua única esperança. O próprio grande Deus se apoderou daquele que se apoderou de seu Filho. Ele opera a salvação para todos os que buscam essa salvação pelo Redentor que foi morto. Para honra de seu Filho, não permitirá que o homem que nele confia se envergonhe. “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna”; pois o Deus eterno o tomou para si e deu-lhe para ser um participante de sua vida. Se apenas Jesus for a sua confiança, você não precisa ter medo, pois você será efetivamente salvo, tanto agora como no dia da sua segunda vinda.

Quando um homem faz confidências, há um ponto de união entre ele e Deus, e essa união garante a bênção. A fé nos salva porque nos torna apegados a Cristo Jesus, e ele é um com Deus, e assim nos coloca em conexão com Deus. Disseram-me que, anos atrás, acima das Cataratas do Niágara, um barco virou-se e dois homens estavam sendo levados pela corrente, quando pessoas na costa conseguiram estender uma corda até eles, corda essa que foi agarrada pelos dois. Um deles agarrou-se a ela e foi puxado em segurança para a margem; mas o outro, vendo um grande tronco passar flutuando, imprudentemente largou a corda e agarrou-se ao grande pedaço de madeira, pois era o maior dos dois e aparentemente melhor para se agarrar. Ai de mim! a madeira, com o homem nela, passou direto pelo vasto abismo, porque não havia união entre a madeira e a costa. O tamanho do tronco não beneficiou quem o agarrou; precisava de uma conexão com a costa para produzir segurança. Assim, quando um homem confia em suas obras, ou em suas orações, ou esmolas, ou nos sacramentos, ou em qualquer coisa desse tipo, ele não será salvo, porque não há junção entre ele e Deus por meio de Cristo Jesus; mas a fé, embora possa parecer uma corda fina, está nas mãos do grande Deus na margem; o poder infinito puxa a linha de conexão e, assim, tira o homem da destruição. Oh, bem-aventurada fé, porque nos une a Deus pelo Salvador, a quem ele designou, Jesus Cristo! Ó leitor, não há bom senso neste assunto? Pense bem, e que em breve haja uma banda de união entre você e Deus, por meio da sua fé em Cristo Jesus!

DESPERTAR

Parte 02 de 12

GRANDE NÚMERO DE PESSOAS não se preocupam com as coisas eternas. Elas se preocupam mais com seus cães e gatos do que com suas almas. É uma grande misericórdia sermos levados a pensar sobre nós mesmos e como nos posicionamos em relação a Deus e ao mundo eterno. Muitas vezes, isso é um sinal de que a salvação está chegando até nós. Por natureza, não gostamos da ansiedade que a preocupação espiritual nos causa e tentamos, como preguiçosos, dormir de novo. Isso é uma grande tolice; pois é muito perigoso brincarmos com leviandade quando a morte está tão próxima e o julgamento tão seguro. Se o Senhor nos escolheu para a vida eterna, ele não permitirá que voltemos ao nosso sono. Se formos sensatos, devemos orar para que nossa ansiedade sobre nossas almas nunca chegue ao fim até que estejamos real e verdadeiramente salvos. Vamos dizer em nossos corações:

Aquele que sofreu em meu lugar será meu médico; não serei consolado Até que Jesus me console.

Seria uma coisa horrível ir sonhando até o inferno e lá erguer nossos olhos e vê um grande abismo entre nós e o céu. Será igualmente terrível ser despertado para escapar da ira vindoura e, então, livrar-nos da influência de advertência e voltar à nossa insensibilidade. Percebo que aqueles que superam suas convicções e continuam em seus pecados não são tão facilmente movidos da próxima vez: cada despertar que é jogado fora deixa a alma mais sonolenta do que antes, e menos provável de ser levada novamente ao sentimento sagrado. Portanto, nosso coração deveria estar muito preocupado com a ideia de nos livrarmos de seus problemas de qualquer outra forma que não seja a correta. Quem tinha gota foi curado com um remédio charlatão, que levou a doença para dentro, e o paciente morreu. Ser curado de angústia mental por uma falsa esperança seria um negócio terrível: o remédio seria pior do que a doença. Muito melhor que nossa sensibilidade de consciência nos cause longos anos de angústia, do que perdê-la e perecer na dureza de nosso coração.

Porém, o despertar não é algo para se descansar ou acomodar, ou desejar que se prolongue mês após mês. Se eu me assustar e descobrir que minha casa está pegando fogo, não me sento na beira da cama e digo a mim mesmo: “Espero estar realmente acordado! Na verdade, estou profundamente grato por estar acordado!” Eu quero escapar da ameaça de morte, então corro para a porta ou para a janela, para poder sair e não morrer onde estou. Seria um benefício questionável ser despertado, mas não escapar do perigo. Lembre-se de que despertar não é salvação. Um homem pode saber que está perdido e, ainda assim, nunca ser salvo. Ele pode ficar pensativo, mas pode morrer em seus pecados. Se você descobrir que está falido, a consideração de suas dívidas não as pagará. Um homem pode examinar suas feridas o ano todo, e elas não estarão mais perto de serem curadas porque ele as sente, as esperta e anota o seu número. É um truque do diabo tentar o homem para que ele fique satisfeito com um senso de pecado; e outro truque do mesmo enganador para insinuar que o pecador pode não se contentar em confiar em Cristo, a menos que ele possa trazer uma certa medida de desespero para acrescentar à obra consumada do Salvador. Nosso despertar não é para ajudar o Salvador, mas para ajudar-nos a chegar ao Salvador. Imaginar que meu sentimento de pecado é ajudar na remoção do pecado é um absurdo. É como se eu dissesse que a água não poderia limpar meu rosto a menos que eu tivesse olhado por mais tempo no espelho e contado as manchas na minha testa. O senso de necessidade de salvação pela graça é um sinal muito saudável; mas é preciso sabedoria para usá-lo corretamente, e não para torná-lo um ídolo.

Alguns parecem ter se apaixonado por suas dúvidas, medos e angústias. Você não pode tirá-los de seus terrores – eles parecem apegados a eles. Diz-se que o pior problema dos cavalos quando seus estábulos estão pegando fogo é que você não consegue fazer com que eles saiam de suas baias. Se eles apenas seguirem sua liderança, eles podem escapar das chamas; mas eles parecem estar paralisados ​​de medo. Portanto, o medo do fogo impede que escapem do fogo. Leitor, o seu próprio medo da ira vindoura impedirá que você escape dela? Esperamos que não. Alguém que estava há muito tempo na prisão não estava disposto a sair. A porta estava aberta; mas ele implorou mesmo com lágrimas para poder ficar onde estava por tanto tempo. Apaixonado por prisão! Casado com os ferrolhos de ferro e a comida da prisão! Certamente o prisioneiro deve ter tido um pequeno desequilíbrio na cabeça! Você está disposto a permanecer desperto e nada mais? Você não está ansioso para ser perdoado imediatamente? Se você deseja permanecer em angústia e pavor, certamente você também deve estar um pouco fora de si! Se a paz é para ser alcançada, tenha-a imediatamente! Por que permanecer na escuridão da cova, onde seus pés afundam no barro lamacento? Há luz a ser obtida; luz maravilhosa e celestial; por que deitar na escuridão e morrer na angústia? Você não sabe o quão perto a salvação está para você. Se o soubesse, certamente estenderia sua mão e a pegaria, pois aí está; e está disponível para ser obtida.

Não pense que sentimentos de desespero lhe serviriam de misericórdia. Quando o peregrino, a caminho do Portão de Wicket, caiu no Pântano do Desânimo, você acha que, quando o lodo imundo e fedorento daquele lamaçal grudou em suas roupas, isso foi uma recomendação a ele, para lhe proporcionar um acesso mais fácil à frente, no caminho? Não é assim. O peregrino não pensava assim de forma alguma; nem você pode. Não é o que você sente que vai te salvar, mas o que Jesus sente. Mesmo que houvesse algum valor curativo nos sentimentos, eles teriam que ser bons; e o sentimento que nos faz duvidar do poder de Cristo para salvar, e nos impede de encontrar a salvação nele, não é de forma alguma bom, mas um estorvo cruel para o amor de Jesus.

Nosso amigo veio nos ver e viajou por nossa lotada Londres de trem, bonde ou ônibus. De repente, ele fica pálido. Perguntamos qual é o problema e ele responde: “Perdi minha carteira e ela continha todo o dinheiro que tenho no mundo.” Ele fala a quantia em cada centavo e descreve os cheques, notas e moedas. Dizemos a ele que deve ser um grande consolo para ele estar tão bem informado sobre a extensão de sua perda. Ele não parece ver o valor de nosso consolo. Asseguramos a ele que ele deve ser grato por ter uma sensação tão clara de sua perda; pois muitas pessoas podem ter perdido seus livros de bolso e ser totalmente incapazes de calcular suas perdas. Porém, nosso amigo não está nem um pouco animado. “Não”, disse ele, “saber minha perda não me ajuda a recuperá-la. Diga-me onde posso encontrar minha propriedade, e você me prestou um serviço real; mas apenas saber da minha perda não é nenhum conforto. “Mesmo assim, acreditar que você pecou, ​​e que sua alma está perdida para a justiça de Deus, é uma coisa muito adequada; mas não salvará. A salvação não é por nosso conhecimento de nossa própria ruína, mas por compreender plenamente a libertação provida em Cristo Jesus. Uma pessoa que se recusa a olhar para o Senhor Jesus, mas persiste em pensar em seu pecado e ruína, nos lembra de um menino que jogou uma moeda através de uma grade de um esgoto de Londres, e permaneceu lá por horas, encontrando conforto em dizer: “Ela rolou bem ali! Bem entre aquelas duas barras de ferro, eu a vi cair.”

Pobre alma! Ele poderia se lembrar por muito tempo dos detalhes de sua perda, como se desse modo pudesse colocar de volta um único centavo no bolso, com o qual pudesse comprar um pedaço de pão. Você consegue ver a tendência da parábola; tira proveito dela.

O Evangelho Escandaloso

Paul Washer*

“Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.” (Romanos 1:16)

A carne de Paulo tinha todas as razões para se envergonhar do Evangelho que ele pregava, pois este contradizia absolutamente tudo que havia sido mantido como verdadeiro e sagrado entre seus contemporâneos. Para o Judeu, era o pior tipo de blasfêmia, pois alegava que o Nazareno que morreu amaldiçoado no Calvário era o Messias. Para os Gregos, era o pior tipo de absurdo, pois alegava que este Messias Judeu era Deus em carne. Assim, Paulo sabia que sempre que abrisse a boca para falar do Evangelho seria totalmente rejeitado e ridicularizado ao desprezo, a menos que o Espírito Santo interviesse e movesse os corações e mentes de seus ouvintes.

Em nossos dias, o Evangelho primitivo não é menos ofensivo, pois ele ainda contradiz cada princípio ou “ismo” da cultura contemporânea – relativismo, pluralismo e humanismo.

Nem Tudo é Relativo

Vivemos numa era de Relativismo – um sistema de crenças baseado na absoluta certeza de que não existem absolutos. Hipocritamente aplaudimos homens por buscarem a verdade, mas clamamos pela execução pública de qualquer um que seja arrogante o bastante para dizer que a encontrou. Vivemos numa alto-imposta Idade das Trevas, e a razão para isto é clara. O homem natural é uma criatura caída, moralmente corrupta e determinada em sua busca por autonomia (i. é. auto-governo).

O homem odeia Deus porque Ele é justo e odeia Suas leis porque censuram e restringem sua maldade. Ele odeia a verdade porque ela expõe quem ele é e os problemas que ainda permanecem em sua consciência. Portanto, o homem caído procura empurrar a verdade, especialmente a verdade acerca de Deus, para o mais distante possível de si. Ele irá a qualquer nível para suprimir a verdade; até ao ponto de fingir que tais coisas não existem ou que se existirem, não podem ser conhecidas ou ter qualquer influência sobre nossas vidas. O caso nunca é o de um Deus que se esconde, mas o de um homem que se esconde. O problema não é o intelecto, mas a vontade. Como um homem que enfia a cabeça na areia para evitar uma cobrança do tamanho de um rinoceronte, o homem moderno nega a verdade de um Deus justo e Seus valores morais absolutos na esperança de aquietar sua consciência e colocar para fora de sua mente o julgamento que ele sabe ser inevitável.

O Evangelho de Cristo é um escândalo para o homem e sua cultura porque ele faz aquilo que o homem mais deseja evitar – Ele o desperta de seu sono alto-imposto para a realidade de sua queda e rebelião, e o chama a rejeitar a autonomia e se submeter a Deus através de arrependimento e fé em Jesus Cristo.

Nem Todo Mundo Está Certo

Vivemos em uma era de Pluralismo – um sistema de crenças que põe um fim à verdade ao declarar que tudo é verdade, especialmente no que diz respeito a religião. Pode ser difícil para o Cristão contemporâneo compreender, mas os Cristãos que viveram nos primeiros séculos da fé foram verdadeiramente marcados e perseguidos como ateus. A cultura que os circundava estava imersa no teísmo. O mundo estava cheio de imagens de divindades, e a religião era um negócio florescente. Os homens não apenas toleravam as deidades uns dos outros, mas as trocavam e compartilhavam.

O mundo religioso inteiro estava indo muito bem até que os Cristãos apareceram e declararam que, “deuses feitos pelas mãos humanas não são deuses de maneira alguma.” Eles negaram aos Césares a homenagem que eles exigiam, recusaram-se a dobrar os joelhos a todos os outros, assim chamados, deuses, e confessaram Jesus somente como Senhor de todos. O mundo inteiro olhou de queixo caído para tal arrogância e reagiu com fúria contra a intolerável intolerância Cristã em não tolerar.

Este mesmo cenário é abundante em nosso mundo hoje. Contra toda lógica, dizem-nos que todas as visões concernentes a religião e moralidade são verdadeiras, não importa quão radicalmente diferentes e contraditórias elas possam ser. O aspecto mais impressionante nisto tudo é que através dos incansáveis esforços da mídia e do mundo acadêmico, esta se tornou rapidamente a visão majoritária. No entanto, o pluralismo não resolve a questão nem cura a doença. Ele apenas anestesia o paciente de modo que ele já não sente ou pensa.

O Evangelho é um escândalo porque desperta o homem de seu sono e se recusa a deixá-lo descansar em tal posição ilógica. Ele o força a chegar a uma conclusão – “Até quando você hesitará entre duas opiniões? Se o SENHOR é Deus, segui-O; mas se é Baal, segui-o.”

O verdadeiro Evangelho é radicalmente exclusivo. Jesus não é “um” caminho, mas “o” caminho, e todos os outros caminhos não são caminho algum. Se o Cristianismo apenas movesse um pequeno passo em direção a um ecumenismo mais tolerante e trocasse o artigo definido “o” pelo artigo indefinido “um”, o escândalo seria removido, e o mundo e o Cristianismo poderiam ser amigos. Em todo o caso, sempre que isso ocorrer, o Cristianismo deixa de ser Cristianismo, Cristo é negado, e o mundo fica sem um Salvador.

O Homem não é a Medida

Vivemos numa era de Humanismo. Ao longo das últimas várias décadas, o homem tem lutado para expurgar Deus de sua consciência e cultura. Ele tem demolido cada altar visível ao “Único Deus Verdadeiro” e erigido monumentos a si mesmo, com o zelo de um fanático religioso. Ele tem administrado de modo a fazer de si mesmo o centro, a medida e o fim de todas as coisas. Ele louva sua dignidade inerente, demanda homenagem a sua auto-estima, e promove sua auto-satisfação e auto-realização como o bem supremo. Ele justifica sua consciência atormentada como o remanescente de uma religião de culpa antiquada, e desculpa a si mesmo de qualquer responsabilidade pelo caos moral a sua volta, culpando a sociedade, ou pelo menos aquela parte da sociedade que ainda não alcançou sua iluminação.

Qualquer sugestão de que sua consciência possa estar certa em seu testemunho contra ele ou que ele possa ser responsável pelas variações quase infinitas de doenças no mundo é impensável. Por essa razão, o Evangelho é um escândalo para o homem caído, porque ele expõe sua ilusão acerca de si mesmo e o convence de sua queda e culpa. Esta é a essencial “primeira obra” do Evangelho, e este é o motivo pelo qual o mundo detesta tanto a pregação do verdadeiro Evangelho. Ele arruína a festa do homem, chove sobre seu desfile, expõe seu faz-de-conta, e aponta para o fato de que o rei não tem roupas.

As Escrituras reconhecem que o Evangelho de Jesus Cristo é uma “pedra de tropeço” e “loucura” para todos os homens de todas as épocas e culturas. Portanto, para remover o escândalo da mensagem é preciso anular a cruz de Cristo e seu poder salvífico. Devemos entender que o Evangelho não é apenas escandaloso, mas ele presume ser! Através da loucura do Evangelho, Deus ordenou destruir a sabedoria dos sábios, frustrar a inteligência das maiores mentes, e humilhar o orgulho de todos os homens. A fim de que nenhuma carne possa se gloriar em Sua presença, mas como está escrito, “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.”

O Evangelho de Paulo não apenas contradisse a religião, filosofia e cultura da época, mas declarou guerra a elas. Ele se recusou a fazer uma trégua ou tratado com o mundo e não aceitaria nada menos que a absoluta rendição da cultura ao Senhorio de Jesus Cristo. Faríamos bem em seguir o exemplo de Paulo. Devemos ter cuidado para evitar qualquer tentação de conformar nosso Evangelho às tendências da época ou aos desejos de homens carnais. Não temos o direito de diluir sua ofensa ou civilizar suas exigências radicais, a fim de torná-lo mais apelativo a um mundo caído ou membros de igrejas carnais. Nossas igrejas estão cheias de estratégias para torná-las mais amigáveis por meio de uma reembalagem do Evangelho, removendo a pedra de tropeço, e suavizando a navalha, de modo que possa ser mais aceitável aos homens carnais.

Devemos ser pessoas amigáveis, mas devemos perceber isto – há um só que busca e Ele é Deus. Se estamos nos empenhando para tornar nossa igreja e mensagem mais acomodáveis, que as acomodemos a Ele. Se estamos nos esforçando para construir uma igreja ou ministério, que o construamos sobre uma paixão por glorificar a Deus, e um desejo por não ofender Sua majestade. Para o espaço com o que o mundo pensa de nós. Não estamos buscando as honras da terra, mas as honras do céu devem ser o nosso desejo.

________________________________________ © Extraído do 7º capítulo do livro “O Poder e a Mensagem do Evangelho” de Paul Washer, traduzido e publicado pela Editora Fiel./Disponível em reformai.com

*Paul Washer é um pastor batista reformado, missionário, escritor; fundador da “Sociedade Missionaria HeartCry”, que apoia o trabalho missionário em mais de 30 países.

Especialmente para a Igreja que está em Cristo.

O propósito real da vida não é a felicidade, mas o conhecimento de Deus, é por essa razão, que nos maiores encontros com o sofrimento homens conheceram a Deus. O problema enigmático acerca do mal, é devido a tendência do ser humano achar que se Deus, de fato existe, objetivamente, para a vida humana é a felicidade a vontade divina. Mas o verdadeiro gozo é gloriar–se nas tribulações e, naquilo para o qual nos tornaremos bem–aventurados — “é–nos ordenado carregar uma cruz, não uma flor”.

É com razão, que os bem–aventurados, “são pobres de espírito [...] eles choram [...] são mansos [...] têm fome e sede de justiça [...] são misericordiosos [...] são limpos de coração [...] são pacificadores [...] e são perseguidos pela justiça [...]” — todas essas virtudes nutre grande sofrimento humano devido o combate à natureza pecaminosa (que habita corporalmente em todo crente) e guerras diárias com o diabo, os demônios e seus agentes (que atuam como inimigos da alma e Igreja).

Usarei Mateus 5 para construir alguma Teologia aqui, do sofrimento; não irei enfatizar as recompensas (das bem–aventuranças) num primeiro momento, mas o sofrimento que é o motor que conduz as bem–aventuranças. Explico às razões do sofrimento produzido devido o exercício dessas virtudes (buscas):

[1] – “os pobres de espírito” — são aqueles que reconhecem sua pobreza espiritual e, deixando de lado toda autodependência, procuram a graça de Deus. Os que têm maior necessidade espiritual estão mais aptos para perceber essa necessidade e depender somente de Deus e não da sua própria bondade — resulta sofrimento dado a real debilidade devocional (de apego sincero e fervoroso a Deus e ação de se dedicar a ser pobre espiritualmente) e de um mundo sem necessidades espirituais, completamente morto e indevoto.

[2] – “os que choram” — não são necessariamente pessoas consternadas, mas os que passam pelo pesar do arrependimento. O contexto indica que estão chorando por causa do pecado e do mal, especialmente os deles mesmos, e por causa do fracasso da humanidade em dar a glória devida a Deus — resulta sofrimento dado a completa debilidade antropológica (da condição humana caída e alienada) e de coabitação num mundo hedônico (caracterizado pelo prazer à quaisquer custo, e à parte de Deus).

[3] – “os mansos” — não conota fraqueza, mas sim uma energia controlada. A palavra contém as idéias de humildade e autodisciplina; assemelha–se à do Salmos 37:11 e, talvez, esteja baseada nela. A mansidão aqui referida é de natureza espiritual, uma atitude de humildade e submissão a Deus — resulta sofrimento dado a debilidade deontológica (do dever e da obrigação do crente), da metafísica (da natureza fundamental da realidade que permeia todos [potencialidade e atualidade]) e de coabitação num mundo em rebelião, arrogante e obstinado.

[4] – “os que têm fome e sede de justiça” — os que procuram a justiça de Deus recebem aquilo que desejam, e não os que confiam em sua própria justiça — resulta sofrimento dado a debilidade de crença (ceticismo), autojustiça humana e de convívio com um mundo agressivamente injusto.

[5] – “os misericordiosos” — aqueles que põem em ação a piedade podem esperar a mesma misericórdia tanto da parte dos homens como de Deus — resulta sofrimento dado a debilidade impiedosa que habita no coração humano devido habitar pecaminosidade nas volições (desejos) e de um mundo que jaz no Maligno (guiado pelo homicida [agentes aborrecedores], que não se apega à verdade, e que não há verdade em nenhum deles).

[6] – “os limpos de coração” — aqueles cujo ser moral está livre da contaminação do pecado, sem interesses ou lealdade divididos — resulta sofrimento dado a debilidade de total santificação (separação do mundo e para Deus, a qualidade da santidade) e do ataque sistêmico de um mundo contaminado, interesseiro e desleal no comportamento com os relacionamentos sociais.

[7] – “os pacificadores” — os que possuem paz espiritual e não a cessação da violência física (quando inseridos) entre as nações é o que se tem em vista aqui. Mesmo que o termo seja geralmente entendido no sentido daqueles que ajudam outros a encontrar a paz com Deus, esta paz pode também ser entendida como aqueles que alcançam sua própria paz com Deus e são chamados seus filhos, filhos de Deus que é “o Deus da paz” (Hebreus 13:20) e servos de Cristo, que é “o Príncipe da Paz” (Isaías 9:6) — resulta sofrimento dado a realidade das muitas guerras espirituais com o diabo, com a tentação e pecado (da cobiça da carne, dos olhos e da soberba da vida) e, com os conflitos de um mundo de profundas inquietações e incertezas, e de cosmovisões satânicas.

[8] – “os que sofrem perseguição pela justiça” — somente quando se estabelecer o paraíso restaurado (“novo céu e nova terra”), essas injustiças serão sanadas — resulta sofrimento dado a realidade de imposições retas (verdadeiras) para pessoas que são conscientemente mortas e de um mundo que encontra–se em profunda obscuridade.

O sofrimento que produz encontros reais e causa bem–aventuranças.

Por intermédio do ermo, Jacó viu Deus em Betel (Gênesis 28:10 – 22; João 1:51); no decurso do retiro sofredor, atônito Moisés viu Deus no meio de uma “sarça incandescente” (Êxodo 3:1 – 22); ao longo de um sofrimento profundo, Elias ouviu “uma voz mansa e delicada” (1 Reis 19:12, 13); durante a solidão no meio dos cativos exilados, Ezequiel viu “a glória do Senhor” junto ao rio Quebar (Ezequiel 1:1 – 28); no tempo da expatriação, Daniel viu o “ancião de dias” (Daniel 7:1 – 28); no fim de um longo cativeiro de opressão, em fervente oração, Jó viu [conheceu] a Deus (Jó 42:10); atravessadamente desgraçado em sua alma esmorecida, Davi alcançou e vestiu–se da misericórdia de Deus (Salmos 51:1 – 19); no decorrer da aflição em Patmos, enclausurado e perseguido, João foi arrebatado “no Espírito” (ou “no controle do Espírito”), e no dia do Senhor viu o resplendor da glória de Deus, Jesus Cristo ressurreto (Apocalipse 1:10); por meio de um “espinho na carne”, um ataque instigado de maneira demoníaca, um mensageiro de Satanás, Paulo aprendeu sobre a suficiente e poderosa graça do Senhor (2 Coríntios 12:7 – 9).

Para que tenhamos deleitável ânimo por estarmos em Cristo, destemida e corajosa confiança por sabermos que Cristo é o Senhor da Igreja e, ousadamente fé depositada no Cristo, e, por fim, desprendimento das coisas terrenas, faz–se necessário passar por muitas aflições; elas indicam a realidade que permeia aqui (subitamente), entrepõe–se céu e terra e nos faz buscar destemidamente as coisas salutares e divinas (cf. João 16:33). As Escrituras, frequentemente, indicam que Deus guia seus filhos através do sofrimento antes de eles alcançarem a glória dEle (como mencionado acima) e o Espírito garante glória, o que é suficiente (Romanos 8:17 – 30). Então, por que razão, com tal intensidade são as contestações e imposição a Deus para a soltura acerca dos sofrimentos? Se qualquer cristão rejeitar uma cruz, sem dúvida achará outra, e pior, talvez mais pesada. Nem Jesus Cristo, nosso Senhor, esteve uma hora, em toda a sua vida, sem dor, humilhação e sofrimento, admitia e aceitava Ele sofrer e ressurgir dos mortos, para que assim entrasse na sua glória (Lucas 24:26). Como, diante disso, pode o cristão buscar outro caminho que não seja o caminho real da santa cruz (sofrimento)?

Concluo com Paulo, “Porquanto, por amor de Cristo vos foi concedida a graça de não somente crer em Cristo, mas também de sofrer por Ele” (Filipenses 1:29), “Porque dEle e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém” (Romanos 11:36). E, “Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus” (Gálatas 6:17).

— Pr. Plínio Sousa, Instituto Reformado Santo Evangelho.

Especialmente para a Igreja que está em Cristo.

O propósito real da vida não é a felicidade, mas o conhecimento de Deus, é por essa razão, que nos maiores encontros com o sofrimento homens conheceram a Deus. O problema enigmático acerca do mal, é devido a tendência do ser humano achar que se Deus, de fato existe, objetivamente, para a vida humana é a felicidade a vontade divina. Mas o verdadeiro gozo é gloriar–se nas tribulações e, naquilo para o qual nos tornaremos bem–aventurados — “é–nos ordenado carregar uma cruz, não uma flor”.

É com razão, que os bem–aventurados, “são pobres de espírito [...] eles choram [...] são mansos [...] têm fome e sede de justiça [...] são misericordiosos [...] são limpos de coração [...] são pacificadores [...] e são perseguidos pela justiça [...]” — todas essas virtudes nutre grande sofrimento humano devido o combate à natureza pecaminosa (que habita corporalmente em todo crente) e guerras diárias com o diabo, os demônios e seus agentes (que atuam como inimigos da alma e Igreja).

Usarei Mateus 5 para construir alguma Teologia aqui, do sofrimento; não irei enfatizar as recompensas (das bem–aventuranças) num primeiro momento, mas o sofrimento que é o motor que conduz as bem–aventuranças. Explico às razões do sofrimento produzido devido o exercício dessas virtudes (buscas):

[1] – “os pobres de espírito” — são aqueles que reconhecem sua pobreza espiritual e, deixando de lado toda autodependência, procuram a graça de Deus. Os que têm maior necessidade espiritual estão mais aptos para perceber essa necessidade e depender somente de Deus e não da sua própria bondade — resulta sofrimento dado a real debilidade devocional (de apego sincero e fervoroso a Deus e ação de se dedicar a ser pobre espiritualmente) e de um mundo sem necessidades espirituais, completamente morto e indevoto.

[2] – “os que choram” — não são necessariamente pessoas consternadas, mas os que passam pelo pesar do arrependimento. O contexto indica que estão chorando por causa do pecado e do mal, especialmente os deles mesmos, e por causa do fracasso da humanidade em dar a glória devida a Deus — resulta sofrimento dado a completa debilidade antropológica (da condição humana caída e alienada) e de coabitação num mundo hedônico (caracterizado pelo prazer à quaisquer custo, e à parte de Deus).

[3] – “os mansos” — não conota fraqueza, mas sim uma energia controlada. A palavra contém as idéias de humildade e autodisciplina; assemelha–se à do Salmos 37:11 e, talvez, esteja baseada nela. A mansidão aqui referida é de natureza espiritual, uma atitude de humildade e submissão a Deus — resulta sofrimento dado a debilidade deontológica (do dever e da obrigação do crente), da metafísica (da natureza fundamental da realidade que permeia todos [potencialidade e atualidade]) e de coabitação num mundo em rebelião, arrogante e obstinado.

[4] – “os que têm fome e sede de justiça” — os que procuram a justiça de Deus recebem aquilo que desejam, e não os que confiam em sua própria justiça — resulta sofrimento dado a debilidade de crença (ceticismo), autojustiça humana e de convívio com um mundo agressivamente injusto.

[5] – “os misericordiosos” — aqueles que põem em ação a piedade podem esperar a mesma misericórdia tanto da parte dos homens como de Deus — resulta sofrimento dado a debilidade impiedosa que habita no coração humano devido habitar pecaminosidade nas volições (desejos) e de um mundo que jaz no Maligno (guiado pelo homicida [agentes aborrecedores], que não se apega à verdade, e que não há verdade em nenhum deles).

[6] – “os limpos de coração” — aqueles cujo ser moral está livre da contaminação do pecado, sem interesses ou lealdade divididos — resulta sofrimento dado a debilidade de total santificação (separação do mundo e para Deus, a qualidade da santidade) e do ataque sistêmico de um mundo contaminado, interesseiro e desleal no comportamento com os relacionamentos sociais.

[7] – “os pacificadores” — os que possuem paz espiritual e não a cessação da violência física (quando inseridos) entre as nações é o que se tem em vista aqui. Mesmo que o termo seja geralmente entendido no sentido daqueles que ajudam outros a encontrar a paz com Deus, esta paz pode também ser entendida como aqueles que alcançam sua própria paz com Deus e são chamados seus filhos, filhos de Deus que é “o Deus da paz” (Hebreus 13:20) e servos de Cristo, que é “o Príncipe da Paz” (Isaías 9:6) — resulta sofrimento dado a realidade das muitas guerras espirituais com o diabo, com a tentação e pecado (da cobiça da carne, dos olhos e da soberba da vida) e, com os conflitos de um mundo de profundas inquietações e incertezas, e de cosmovisões satânicas.

[8] – “os que sofrem perseguição pela justiça” — somente quando se estabelecer o paraíso restaurado (“novo céu e nova terra”), essas injustiças serão sanadas — resulta sofrimento dado a realidade de imposições retas (verdadeiras) para pessoas que são conscientemente mortas e de um mundo que encontra–se em profunda obscuridade.

O sofrimento que produz encontros reais e causa bem–aventuranças.

Por intermédio do ermo, Jacó viu Deus em Betel (Gênesis 28:10 – 22; João 1:51); no decurso do retiro sofredor, atônito Moisés viu Deus no meio de uma “sarça incandescente” (Êxodo 3:1 – 22); ao longo de um sofrimento profundo, Elias ouviu “uma voz mansa e delicada” (1 Reis 19:12, 13); durante a solidão no meio dos cativos exilados, Ezequiel viu “a glória do Senhor” junto ao rio Quebar (Ezequiel 1:1 – 28); no tempo da expatriação, Daniel viu o “ancião de dias” (Daniel 7:1 – 28); no fim de um longo cativeiro de opressão, em fervente oração, Jó viu [conheceu] a Deus (Jó 42:10); atravessadamente desgraçado em sua alma esmorecida, Davi alcançou e vestiu–se da misericórdia de Deus (Salmos 51:1 – 19); no decorrer da aflição em Patmos, enclausurado e perseguido, João foi arrebatado “no Espírito” (ou “no controle do Espírito”), e no dia do Senhor viu o resplendor da glória de Deus, Jesus Cristo ressurreto (Apocalipse 1:10); por meio de um “espinho na carne”, um ataque instigado de maneira demoníaca, um mensageiro de Satanás, Paulo aprendeu sobre a suficiente e poderosa graça do Senhor (2 Coríntios 12:7 – 9).

Para que tenhamos deleitável ânimo por estarmos em Cristo, destemida e corajosa confiança por sabermos que Cristo é o Senhor da Igreja e, ousadamente fé depositada no Cristo, e, por fim, desprendimento das coisas terrenas, faz–se necessário passar por muitas aflições; elas indicam a realidade que permeia aqui (subitamente), entrepõe–se céu e terra e nos faz buscar destemidamente as coisas salutares e divinas (cf. João 16:33). As Escrituras, frequentemente, indicam que Deus guia seus filhos através do sofrimento antes de eles alcançarem a glória dEle (como mencionado acima) e o Espírito garante glória, o que é suficiente (Romanos 8:17 – 30). Então, por que razão, com tal intensidade são as contestações e imposição a Deus para a soltura acerca dos sofrimentos? Se qualquer cristão rejeitar uma cruz, sem dúvida achará outra, e pior, talvez mais pesada. Nem Jesus Cristo, nosso Senhor, esteve uma hora, em toda a sua vida, sem dor, humilhação e sofrimento, admitia e aceitava Ele sofrer e ressurgir dos mortos, para que assim entrasse na sua glória (Lucas 24:26). Como, diante disso, pode o cristão buscar outro caminho que não seja o caminho real da santa cruz (sofrimento)?

Concluo com Paulo, “Porquanto, por amor de Cristo vos foi concedida a graça de não somente crer em Cristo, mas também de sofrer por Ele” (Filipenses 1:29), “Porque dEle e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém” (Romanos 11:36). E, “Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus” (Gálatas 6:17).

— Pr. Plínio Sousa, Instituto Reformado Santo Evangelho.

“Deus esconde os cristãos na sepultura, tal como o homem esconde secretamente as riquezas em lugar seguro.”

Deus esconde os cristãos na sepultura, tal como o homem esconde secretamente as riquezas em lugar seguro; aquele que morre o encontrará, e nada estará perdido — “Tomara que me escondesses, não somente das tempestades e dificuldades dessa vida, mas para a bem–aventurança e a glória de uma vida infinitamente melhor e diametralmente antagônica a esta”. A sepultura e o recolhimento dos cadáveres foi ordenado por Deus para simbolizar a humilhação do pecador — o “Hades” tem seguido a morte reunindo horrivelmente as vítimas — mas não para aquele que foi justificado pelo valiosíssimo e poderoso sangue de Cristo, por esse o crente triunfou! (Apocalipse 3:4, 5, 18; 4:4; 7:9, 13, 14; 19:14). A morte é poderosa demais para que possamos vencê–la, mas definitivamente não é poderosa demais para Deus (João 11:25), e no fim, Ele a derrotará definitivamente (1 Coríntios 15:50 – 57; cf. Apocalipse 21:4); razão, em que todo aquele que crer no Filho de Deus, deve esperar pela morte triunfantemente, pois para a Igreja, a morte é o caminho naturalmente a ser percorrido (mas sem dor e desespero); como Paulo que olha para o futuro distante e vê que o plano de Deus é glorificar, isto é, dar um corpo de ressurreição a todos os que foram justificados, é–nos dito em Romanos 8:30 que Deus “predestinou [...] chamou [...] justificou [...] e glorificou”, o glorificou é usado como um “perfeito profético”, falando sobre um acontecimento futuro como se o mesmo já tivesse sido feito, pois é certo que Deus o fará. Portanto, relativamente a quaisquer aspectos, “descanse em paz!”, faz sentido para o crente “em Cristo”, vivo ou morto

— Pr. Plínio Sousa, Instituto Reformado Santo Evangelho.

Amando o Senhor com toda nossa força

Amar ao Senhor com a nossa força é escolher uma vida de fraqueza voluntária e de renúncias. Quando lemos ou ouvimos a respeito de amar o Senhor com a nossa força, logo pensamos no jejum de alimentos. E, de fato, se abster de algo que amamos comer é uma forma de amá-lo com a nossa força.

Porém, existem outras maneiras que podemos fazer isso e que encontramos respaldo na Palavra de Deus. Como por exemplo: ter um coração generoso em ofertar financeiramente, servir e doar tempo de qualidade a pessoas que necessitam e estão perto de nós.

Outras formas de amá-lo com a nossa força é gastar tempo com o Senhor e meditar em Sua Palavra. Perdoar as pessoas que nos ofenderam e fizeram algo contra nós. Isso é escolher renunciar nossa justiça própria e permitir que o poder do Senhor se aperfeiçoe em nossas fraquezas.

Quando escolhemos maneiras de empenhar nossa força em nos colocarmos numa posição de fraqueza, como citamos anteriormente, sem esperar nada em troca, estamos escolhendo morrer para nós mesmos.

Amar o Senhor com a nossa força nos exige sair de nossa zona de conforto. É ter a atitude de reconhecer a Soberania dEle em nossas vidas e uma oportunidade de sermos moldados pelo Espírito Santo, até que o caráter de Cristo seja formado em nós. E Ele seja tudo em nós.

Ore: Senhor, te peço que possa me ajudar a amá-lo com minha força. Me mostre no meu dia a dia maneiras de fazer isso e me ajude a morrer para mim mesmo. Necessito que o Teu poder opere em minhas fraquezas, amém!”

Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças.” E o segundo mais importante é este: “Ame os outros como você ama a você mesmo.” Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois. Marcos 12:30‭-‬31

— Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. Mateus 6:19

Não estou querendo dizer que já consegui tudo o que quero ou que já fiquei perfeito, mas continuo a correr para conquistar o prêmio, pois para isso já fui conquistado por Cristo Jesus. É claro, irmãos, que eu não penso que já consegui isso. Porém uma coisa eu faço: esqueço aquilo que fica para trás e avanço para o que está na minha frente. Corro direto para a linha de chegada a fim de conseguir o prêmio da vitória. Esse prêmio é a nova vida para a qual Deus me chamou por meio de Cristo Jesus. Todos nós que somos espiritualmente maduros devemos ter essa maneira de pensar. Porém, se alguns de vocês pensam de maneira diferente, Deus vai tornar as coisas claras para vocês. Portanto, vamos em frente, na mesma direção que temos seguido até agora. Filipenses 3:12‭-‬16

Vocês vão me procurar e me achar, pois vão me procurar com todo o coração. Jeremias 29:13

_Irmão Martin Alex.