TEXTO INCOMPLETO: Perdendo o medo de desafiar e provocar

(Texto incompleto de 21 de setembro de 2019. Resumão da ideia aqui: não questionar valores reacionários com medo de afastar a classe trabalhadora 1) valida esses valores reacionários 2) e a classe trabalhadora não é uma só)


É comum eu ouvir de pessoas de esquerda uma preocupação enorme em não ofender os costumes das pessoas trabalhadoras, pois é necessário se aproximar delas para difundir ideias de esquerda, constantemente rechaçadas pela estrutura do capital. Afinal, rejeitar e ofender abertamente a mesma população que você alega querer emancipar das garras do capital é, de fato, um contrassenso.

Mas existe uma confusão nessa linha de raciocínio entre o que é ofender e o que é provocar; entre fazer escárnio por raiva de “toda essa gente ignorante que não entende que está sendo manipulada” e mostrar fatos que incomodam por atacar valores morais fundamentais.

Vamos começar por um exemplo simples: as igrejas neopentecostais, como a Universal, que seguem a doutrina da teologia da prosperidade. Igrejas como essas não só se aproveitam financeiramente de gente desesperada (que é a maior crítica feita a esse tipo de igreja), como também usam a religiosidade do brasileiro e o conservadorismo para tomar o poder no país. A gente tá vendo essas igrejas misturadas com o poder institucional hoje, mas o projeto que culminou nisso não começou nem hoje, nem nessa década.

A esquerda que só sabe falar pisando em ovos falaria que não devemos tocar nesse assunto ao nos direcionarmos para a população evangélica (que é, em grande parte, de baixa renda e da periferia), pois a igreja, além de simplesmente uma religião, é a rede de suporte e o convívio social dessas pessoas. Esse argumento é uma crítica ligeiramente velada à esquerda elitista que, por exemplo, espumou de ódio dos “crentes ignorantes” quando Freixo perdeu as eleições no Rio de janeiro — inclusive nas regiões mais periféricas e pobres.

O erro óbvio de quem