Kroeber

#001734 – 04 de Junho de 2024

Amanhã: ecopista do Tâmega. Chuva e amigos.

#001733 – 03 de Junho de 2024

E antes de dormir, a cover de Hyperballad do Jacob Collier cura-me um pouco desta doença chamada mundo.

#001732 – 02 de Junho de 2024

Toda o litoral da ilha é ciclável. Há muitos recantos, centenas de praias e lugares para entrar na água. Há sempre um lado abrigado do sol. Come-se bem, encontra-se sombra de árvores e caminhos para descobrir.

#001731 – 01 de Junho de 2024

O vento é quase de tempestade, a Illa de Arousa deslumbrante. A água, cristalina, sabe bem, protege do frio exterior. A areia atesta a abundância e diversidade do ecossistema, há uma infinitude de tipos de conchas e búzios, de todos os tamanhos e feitios.

#001730 – 31 de Maio de 2024

A costa galega é uma riviera nortenha. A comida boa, a língua próxima.

#001729 – 30 de Maio de 2024

É sobretudo comigo que me desiludo.

#001728 – 29 de Maio de 2024

Disse James Baldwin “no one's ever wanted, really, to be free”. E muitos, os poucos com algum poder, não só não querem como se empenham em que os outros não sejam livres. Uma pessoa livre pode virar costas a uma situação de exploração, de abuso, de coação. Basta enunciar as coisas assim, para termos de acrescentar que todas as pessoas devem poder virar costas a uma situação de exploração, de abuso, de coação. E por isso a liberdade se tem de tornar um imperativo moral, uma necessária estrutura ética, um objectivo colectivo obrigatório para qualquer sociedade, grupo pequeno, organização ou país. Não a liberdade de que os social-darwinistas ou libertários de direita falam, que é precisamente a liberdade de explorar sem consequência, mas a liberdade que nos une e co-responsabiliza como um bem comum, um objectivo de todos os seres humanos. O pessimismo de Baldwin é compreensível e tem uma grande profundidade ética: a de que mesmo tragicamente falhando, temos de lutar pela liberdade e pelo amor. A vida só é bela e justa assim. Não sou pessimista, só por achar que havendo forma de a vida valer a pena, mesmo em estrondoso falhanço, já me torna, aos meus olhos, optimista.

#001727 – 28 de Maio de 2024

Há situações sociais em que reajo como se fosse esperado de mim contribuir com algum tipo de opinião ou argumento. O que me confunde e derrota é que o enunciado assim o afirma. A hipocrisia, em muitas situações profissionais, não é defeito, é a própria linguagem de relações em que o poder é desigual. De quem está na mó de baixo é esperado apenas que confirme, validando, o que a pessoa com preponderância deseja (mesmo que não seja legítimo, lógico ou sequer claro).

#001726 – 27 de Maio de 2024

Há dias em que detesto o que faço para ganhar dinheiro. E sim, ajuda relativizar, pensando que é um privilégio ter um emprego que às vezes me faz sentir assim. Felizmente é um problema bom de ter.

#001725 – 26 de Maio de 2024

Em situações sociais, reconheço padrões. Mas tenho muita dificuldade em perceber se um padrão que reconheço é interior, feito da minha adaptação a um conjunto de circunstâncias, ou exterior: o próprio conjunto de circunstâncias em si, semelhante a situações anteriores.