view#001768 – 08 de Julho de 2024
De novo esta curiosa tendência do quase ser repelente. Estar próximo de algo bom não é ser quase bom necessariamente. Se eu gosto muito de algo, isso não significa que também gosto muito (apenas um pouco menos) de algo muito semelhante. Por exemplo: gosto muito de Lungfish e nada, mesmo nada, de Fugazi.
view#001767 – 07 de Julho de 2024
França que nos dá um pouco de esperança, não muita. Mas a quem se afoga, todos os fôlegos são bem-vindos.
view#001766 – 06 de Julho de 2024
O mundo à volta que se desagrega. E eu ainda ocupado com objectivos pessoais, com coisas tão mesquinhas como sonhos. Este ano faço a maior viagem de bicicleta, de Rio Tinto até Lisboa, pela costa.
view#001765 – 05 de Julho de 2024
A ameaça da extrema-direita em França, o genocídio a decorrer em Gaza. Ser espectador da barbárie é horrível. As notícias informam-me da minha impotência. Procuro causas comuns a outras pessoas que rejeitem o ódio e a guerra, antídotos urgentes à apatia e ao cinismo.
view#001764 – 04 de Julho de 2024
O infinito como uma quantidade, as diagonais de Georg Cantor.
view#001763 – 03 de Julho de 2024
Nuvens noctilucentes, o número de Rayo, tetraedros de melancia.
view#001762 – 02 de Julho de 2024
Encomendo pneus, tusso muito. Vejo surf no écran, leio Broken Code.
view#001761 – 01 de Julho de 2024
Afónico mas com muita tosse, atravesso uma noite de insónia.
view#001760 – 30 de Junho de 2024
A laringite pôs-me afónico. O corpo vai sempre adoecendo, como para me desacelerar. Lembrança demasiado eficaz de que já não sou novo.
view#001759 – 29 de Junho de 2024
Um dia de corvos e falcões, de verde e beira rio, de sardaniscas e sardões, de sesta perto da água, de umas dezenas de quilómetros tranquilos, em terra, à sombra de árvores. De passar a vau pedalando, zonas em que o Rio Lima se misturava, invadindo, o caminho. E finalmente, um dia de decisões, quando um pneu fica destruído sem hipótese de reparação, os mecânicos estão fechados e estamos longe demais para regressar. Então vamos até aos Moinhos da Gemieira, onde nos esperavam febras no pão, vinho tinto, e quatro homens de meia idade, chapéus de palha, um bandolim e uma viola, a cantar Zeca Afonso. A refeição avança assim, num fim de tarde quente, numa tasca que foi ali instalada na rocha e tem ar de ali estar há centenas de anos. E ao começar a montar a tenda, apercebo-me que me esqueci das estacas. Tenho dificuldade em acreditar em tão grande descuido da minha parte. Mas lá usamos as bicicletas para segurar a tenda de pé. A chuva vem afinal, mais tarde que as previsões, durante a noite. A tenda, que não está esticada, deixa entrar água. O meu amigo terá de regressar a Viana para ir buscar o carro. Sou, às vezes, assim, como uma criança espantada e despreparada para o mundo, rodeada de pessoas com mais sentido prático e juízo do que eu. Escrevo numa pastelaria. Sinto coisas diferentes, misturadas. Uma delas a gratidão.