#001906 – 15 de Agosto de 2024
Vou ganhando músculo, ainda antes de perder peso. Envelheço um pouco mais devagar.
Vou ganhando músculo, ainda antes de perder peso. Envelheço um pouco mais devagar.
Psicóloga, dentista, nutricionista, personal trainer, osteopata, podologista. E o oftalmologista que adio. Demorei a cuidar de mim. Agora veio tudo ao mesmo tempo, como um telhado cheio de buracos, que conserto ainda antes dos maiores temporais.
Acordo com um sonho estranho. A cama treme. De manhã as notícias confirmam que foi um sismo. É reconfortante ainda haver situações em que as notícias ajudam a revelar o que é real. Hoje é 26 de Agosto. Escrevo de novo com atraso.
Dormir é um talento. Sou, infelizmente, pouco dotado nesse ofício do descanso. Insónia, que me é natural, é palavra tão negativa como negócio. Como demonstro, ser amante do ócio não me dá nenhuma vantagem na altura de cair no sono.
O Teqball é um desporto muito jovem. Faz este ano apenas dez anos desde a sua criação e espero que um dia chegue aos Jogos Olímpicos. É o que se poderia chamar um desporto crossover ou de fusão. Tal como o Caiaque polo, que pega na mecânica do polo aquático mas é praticado dentro de caiaques. Ou o Wingfoil, que usa uma asa para impulsionar uma prancha de surf foil. Ou o Wakeskate, que é uma espécie de fusão entre wakeboard num percurso aquático a fazer lembrar uma competição de street skate. O Teqball, lê-se online, foi criado por entusiastas do futebol na Hungria. E pode descrever-se de forma resumida como futebol de mesa, um crossover entre o pingue pongue e o o futebol. Alguns dos atletas de topo são tailandeses e vêm do Sepak Takraw. Sendo este desporto um dos meus favoritos, gostaria que influenciasse o Teqball. Assisto à espectacular final de 2023 entre Kuntatong e Fontes e emociono-me ao ver a tailandesa a rematar com a incrível técnica do Sepak Takraw. Tal como ainda torço para que o Tricking não perca as influências de Capeira e Taekwondo, porque são movimentos cuja beleza me impressiona, gostaria que a incrível proficiência atlética do Sepak Takraw deixasse a sua marca no Teqball. Está tudo ainda a definir-se. Há muito tempo que gosto de ver modalidades crescer. Sobretudo as mais acrobáticas e belas.
A música do Luca Argel acrescenta mundo ao meu mundo. Cada canção é um espaço vasto, um universo de experiência humana, um alfabeto inteiro de emoções e lutas. Não há separação entre o íntimo e o social, entre o activismo e o crescimento pessoal. É esta a minha revolução, com esta música eu danço.
Vinte anos depois, revejo Lost. Desta vez por ordem, sem perder um episódio. Prefiro, sinceramente, esta era do streaming. Percebo, a meio do episódio 19 da primeira temporada, que a razão principal de ter rapidamente perdido o fio à meada, foi não ter visto todos os episódios. E, é certo, a partir de certo momento, quando estavam a dar várias temporadas na televisão portuguesa ao mesmo tempo, nem sabia bem a que temporada um episódio pertencia.
É verdade que fiz muito desporto enquanto crescia. E que detesto colecionar coisas. Que o cos play de super heróis me aborrece, que gosto de muito poucas coisas dos estereótipos nerd. Que abandonei a informática para tentar a filosofia. Que não vi nem quero ver os filmes da série Star Wars. Que as expressões faciais intensas das personagens manga e anime me irritam. Mas depois, reparo que para tudo inicio uma folha de excel. Como agora, para este emagrecimento.