Kroeber

#001773 – 13 de Julho de 2024

Alguém tenta assassinar Trump. A política americana é coisa feia, violenta. E ameaça piorar. O atentado apenas criou um herói desnecessário. Foi um acto aberrante que falhou em cheio.

#001772 – 12 de Julho 2024

Pneus 38 na bicicleta. Farturas e chá Gorreana.

#001771 – 11 de Julho de 2024

Dentro de doze dias, novo livro do China Miéville à venda.

#001770 – 10 de Julho de 2024

Uboa é um poço de criatividade. Uma fonte, funda, com ecos e sombras, ruídos indecifráveis e matéria escura, fecunda e implacável, a debitar o que não se consegue dizer, de outras maneiras mais macias e claras. 2024 é o ano em que o Black Metal se afirma definitivamente como uma arte, uma expressiva magia negra, dominada, entre outras vozes, por mulheres transgénero. Depois de várias maravilhosas apropriações dos espaços e clichés da opressão, ressignificando em luz o que nasceu em dor, até o Black Metal, com origens tão misóginas e racistas, se regenera nestas novas narrativas. E nunca este género de música, como agora, foi tão interessante e imprevisível. Impossible Light é um álbum eloquente e enigmático, essa luz impossível que vem do abismo.

#001769 – 09 de Julho de 2024

Gregório Duvivier refere-se à afinidade da metáfora com a piada. Fala de Borges a Ricardo Araújo Pereira. O autor argentino, lembra Duvivier, disse que todas as palavras são metáforas. Nenhuma palavra entra numa língua virgem de sentido, como um mero fonema. Tela, por exemplo, foi a palavra escolhida para a superfície onde o filme é projectado porque fazia lembrar as telas dos quadros. E a mesma coisa para a tela de um celular (o ecrã de um telemóvel), que por sua vez lembra a tela do cinema. Avança Duvivier dizendo que uma metáfora funciona quando é suficientemente nova mas ainda assim relevante. Uma metáfora é uma nova forma de dizer algo, mas que é inteligível. As palavras são metáforas mortas, segundo Borges. Uma piada, para funcionar e gerar o riso, não pode ser uma mera repetição, mas também não pode ser tão estranha que não tem significado perceptível.

#001768 – 08 de Julho de 2024

De novo esta curiosa tendência do quase ser repelente. Estar próximo de algo bom não é ser quase bom necessariamente. Se eu gosto muito de algo, isso não significa que também gosto muito (apenas um pouco menos) de algo muito semelhante. Por exemplo: gosto muito de Lungfish e nada, mesmo nada, de Fugazi.

#001767 – 07 de Julho de 2024

França que nos dá um pouco de esperança, não muita. Mas a quem se afoga, todos os fôlegos são bem-vindos.

#001766 – 06 de Julho de 2024

O mundo à volta que se desagrega. E eu ainda ocupado com objectivos pessoais, com coisas tão mesquinhas como sonhos. Este ano faço a maior viagem de bicicleta, de Rio Tinto até Lisboa, pela costa.

#001765 – 05 de Julho de 2024

A ameaça da extrema-direita em França, o genocídio a decorrer em Gaza. Ser espectador da barbárie é horrível. As notícias informam-me da minha impotência. Procuro causas comuns a outras pessoas que rejeitem o ódio e a guerra, antídotos urgentes à apatia e ao cinismo.

#001764 – 04 de Julho de 2024

O infinito como uma quantidade, as diagonais de Georg Cantor.