#001542 – 25 de Novembro de 2023
Geada de manhã debaixo do sol de inverno. Tarde pedalando, a halfbike ao longo da costa, o poente a preparar-se sobre o Atlântico.
Geada de manhã debaixo do sol de inverno. Tarde pedalando, a halfbike ao longo da costa, o poente a preparar-se sobre o Atlântico.
Em breve viagem ao longo do último trecho da costa norte que me falta pedalar. Da Póvoa do Varzim a Viana do Castelo, com estadia perto do Cávado. E de resto, contando já com essa viagem, conheço os 230 quilómetros desde Caminha à Figueira da Foz.
Pensar e agir. Outra dualidade artificial, que importa quebrar.
Há uma seriedade cujo tom não conhecia, que venho sentindo. É uma espécie de serenidade focada, um repousar da necessidade de me sentir bem. É o que fica quando não há apego nem ao prazer nem à dor. Reparo mais no que me rodeia, a cabeça está tranquila, o corpo ganha vigor.
Feliz não é bem a palavra para isto. Sinto-me em contacto com a realidade, motivado para me conhecer, removendo as desculpas habituais com que paraliso a minha vida. Não é bem felicidade o que sinto, é a sua condição: lucidez.
Vejo o Douro e o mar entardecerem, numa longa caminhada de várias horas. A lentidão dos passos permite viajar, até interiormente.
Ainda cheio de desconfiança e cautela, acho que começo a gostar de mim.