view#001427 – 01 de Agosto de 2023
O meu humor é montanhoso. Mas desloco-me e a gravidade muda. Às vezes a aceleração é ao subir e custa muito o esforço de descer. Outras vezes, descer é a vertigem habitual e subir uma miragem. Sou um astronauta cujo hábito não corresponde a treino nem adequação, a flutuar num vaivém pouco fiável. A inércia trai-me, a intuição mente-me.
view#001426 – 31 de Julho de 2023
“In literature, a truth is something whose opposite is also truth”, disse a Susan Sontag.
view#001425 – 30 de Julho de 2023
Ao meditar, cada pensamento é assinalado. Dissolve-se, ao se notar nele. Logo outro vem, outra nuvem passageira. Ao contrário dos pensamentos, a realidade, que elenco em pequenas listas, não se dissolve. Gosto de notar num gato a dormir, na ondulação depois de um barco passar, na barba de um velho, no som do vento na folhagem de uma árvore. De ver como a minha atenção não modifica o que é. É antes a realidade que se assinala em mim, como um evento, uma espessura, uma inscrição.
view#001424 – 29 de Julho de 2023
Patos na margem sul do Douro, junto aos juncos. Susan Sontag num documentário. Afinação à Nick Drake na guitarra.
view#001423 – 28 de Julho de 2023
Os aforismos são mentiras sedutoras: fazem sentido.
view#001422 – 27 de Julho de 2023
As simplificações são mentiras. Mentiras honestas, espera-se.
view#001421 – 26 de Julho de 2023
A insegurança é a irmã feia da lucidez.
view#001420 – 25 de Julho de 2023
“After a few days I married him. We talked for 7 years.”, Susan Sontag.
view#001419 – 24 de Julho de 2023
O Saganiki de Mexilhão da minha mãe. Um time lapse do Douro.
view#001418 – 23 de Julho de 2023
O documentário mostra uma Nina Goldin envelhecida e radical. Comovo-me com a sua sóbria intransigência. Enraivecem-me os Sackler e afins.