#002130 – 29 de Março de 2025
Aulas de viola, sessões de osteopatia. Aprendizagem e convalescença.
Aulas de viola, sessões de osteopatia. Aprendizagem e convalescença.
EUA. Impõe-nos Trump 2.0 mas oferece a terceira temporada de The White Lotus. Tira-nos o pão e continua a dar-nos circo de qualidade.
Gosto da sopa quente e do kitsch dançável, como a música da M.I.A.
Pois bem, senhores que apreendem telemóveis nos aeroportos, para que fique bem claro numa hipotética decisão futura: não gosto de nada do que o Trump representa. Se algum dia a vida der voltas que agora não imagino e eu voltar a visitar os EUA, aqui fica a prova incontestável, para sempre online. Fuck you, orange goblin, I wish there was a god, I wish there was a god so that you could meet him, one day, face to face, and hear, you're fired, you're going to hell and, by the way, the election was not stolen, you lying shitface. Fique aqui declarado o meu desprezo e sim, se o tiverem que fazer, impeçam-me de me aproximar da terra do tio sam. Que o seu dedo sujo me aponte o caminho de volta ao meu país.
Procrastinador, gordo, lento, cheio de mazelas e dorzinhas, manias e lacunas, cada vez mais resmungão e até pessimista. E fundamentalmente feliz. Sou o que não queria, insisto no que não desejo, não atinjo aquilo que sonho. E cada vez mais aceito o que sou, o que tenho, onde estou.
O Guardião do Rio, da Palmilha Dentada, estreou em 2010. É um espetáculo com uma idade respeitável e o Ivo Bastos um actor multifacetado, feito à medida para a profusão de vozes no palco, as marionetas, as histórias que a personagem conta a si mesmo e a nós.
Envelhecer é um talento. Temos tempo, cada vez menos, para o desenvolver. É o ofício da lentidão, a arte de desacelerar. Uma útil sabotagem da inevitável progressão da realidade física.
E vem enfim a Primavera e um novo horário, que me faz sair às 17h00, para o mundo. Janela que se abre, depois de porta fechada.
Sessenta quilómetros de chuva, vento e frio. E conversa solta, cabeça limpa, entre Póvoa E Famalicão e volta. A companhia de um amigo que se prepara para viagem de bicicleta na Islândia, com tempo mais austero e distâncias maiores.