view#002091 – 17 de Fevereiro de 2025
Os primeiros minutos de “Universe Ancestral Talisman” poderiam ser de uma canção dos The Cure. Na verdade toda a atmosfera dos longos 10 minutos tem, aparentemente, pouco a ver com Black Metal. Mas os últimos anos mostraram a afinidade deste género de metal com o Shoegaze. Não foram os Krallice os primeiros a trazer este lado sombrio e triste do rock para o Black Metal. Nesta canção em particular, comove especialmente a sensibilidade Pop, muito pouco habitual no género. É uma espécie de Pop Progressivo escurecido por um Black Metal que nesta faixa (como em muito do trabalho, por exemplo, de Horseback) é o contexto, a paisagem maior em que tudo emerge.
view#002090 – 16 de Fevereiro de 2025
Protestos em Minneapolis junto a instalações da Tesla. Dos vários slogans de que deu conta a comunicação social, gosto particularmente de “Don’t buy swasticars, BAD DOGE!”.
view#002089 – 15 de Fevereiro de 2025
Mudar é fácil. De hábitos, de abordagem, até de ideias. Ou pelo menos inevitável. Difícil é evitar mudar. Ou mesmo impossível.
view#002088 – 14 de Fevereiro de 2025
A solidão vai perdendo a paciência comigo.
view#002087 – 13 de Fevereiro de 2025
O podcast do Joshua Citarella é um farol no meio do ruído.
view#002086 – 12 de Fevereiro de 2025
Ter esperança é um acto de resistência política.
view#002085 – 11 de Fevereiro de 2025
Consulta no nutricionista, Europa em guerra. O quotidiano vai acontecendo, à medida que a distopia se estabelece.
view#002084 – 10 de Fevereiro de 2025
Voltei a usar óculos. Nos metros a seguir aos meus olhos, o mundo já não está desfocado. Comecei a escrever com esperança de que algum paralelismo surgisse em relação à forma como tenho devorado notícias sobre o estado distópico da política international. Uma parte da escrita é isso, atirar-me sobre um abismo cuja profundidade me é desconhecida e que se cria à medida que as palavras surgem. As notícias, ao contrário dos documentários ou ensaios, parecem aniquilar-me a imaginação. É como uma novela da espuma dos dias. Escuto, vejo, para saber dos desenvolvimentos sobre as más notícias do dia anterior. Não aprendo nada, fico com uma sensação vaga sobre o que se está a passar, e alimento a curiosidade com doses diárias de ansiedade.
view#002083 – 09 de Fevereiro de 2025
O mundo derrama-se sobre o que escrevo.
view#002082 – 08 de Fevereiro de 2025
Quero lançar os monstros todos da minha ficção sobre a película de espuma quotidiana. Inventar fragilidade na crosta infecta da distopia, abrir-lhe fendas de luz. Articular o medo do futuro, em histórias com pessoas e dúvidas, memória e confusão. Quero voltar à página, ao vazio temporário da minha ignorância, esvaziar-me das notícias e ideias que me cristalizam. Limpar-me em esperança e lucidez, lavar o pó todo da política, remover do corpo o cheiro que atrai os lobos da violência.