view#001897 – 06 de Agosto de 2024
É verdade que fiz muito desporto enquanto crescia. E que detesto colecionar coisas. Que o cos play de super heróis me aborrece, que gosto de muito poucas coisas dos estereótipos nerd. Que abandonei a informática para tentar a filosofia. Que não vi nem quero ver os filmes da série Star Wars. Que as expressões faciais intensas das personagens manga e anime me irritam. Mas depois, reparo que para tudo inicio uma folha de excel. Como agora, para este emagrecimento.
view#001896 – 05 de Agosto de 2024
Quando não está a dormir ou a trabalhar, a humanidade está a ser entretida. Cada vez mais o entretenimento é dado à colher do ecrã. Cada vez mais circo e pouco pão.
view#001895 – 04 de Agosto de 2024
Não é tanto a dimensão do universo que me faz sentir ínfimo, embora saiba que o sou. É a escala temporal. Só na adolescência é que vivi como se fosse imortal. Agora o tempo é uma sombra extra, que se projecta do meu corpo gordo em cada movimento. E que se encolhe, emagrecendo de tamanho a cada ano. Saber que não poderei assistir a mais que uma fração de um instante da realidade: eis o que provoca uma certa urgência, quase angústia em cada decisão que implique anos de investimento. Tão poucos me restam que os quero bons.
view#001894 – 03 de Agosto de 2024
Envergonho-me por perder a calma. Na autoestrada mostro um dedo do meio a um condutor que se colou atrás de mim, a ligar e desligar os máximos. Depois de passar por mim, seguiu, felizmente, a ziguezaguear entre as três faixas, como se estivesse num jogo de computador. Nos países que visitei, e em alguns conduzi, nunca vi este hábito tão português, que se torna um valor: a ideia de que estar sempre a mudar de faixa é mais seguro do que mantermo-nos na mesma faixa. Quando, como hoje, há muito trânsito, e todas as faixas têm carros, se formos pessoas sensatas, devemos circular na faixa em que os carros circulam à mesma velocidade que nós. Mas para os psicopatas como este condutor, que me tentou intimidar, numa situação com dezenas de carros à nossa volta, andar constantemente a mudar de faixa é que mostra a sua aderência à regra “circular na faixa mais à direita”. Escrevo e recupero o gosto acre da raiva. Por isso abandono o texto aqui. Não conseguirei dizer nada de útil.
view#001893 – 02 de Agosto de 2024
No concerto dos YOB a que assisti em Atenas, Mike Scheidt acaba a olhar de forma sorridente para a plateia, cheio de gratidão no rosto, a responder às palmas e demais ruído do público com as mãos no mudra añjali, junto ao peito, de palmas juntas. O url da página online desta banda é yobislove.com (yob é amor).
Sobre o concerto dos SUMAC no mítico Saint Vitus em 2018, escreve Dan Goldin para o bandcamp, “There can be no redundancy when talking about love, fostering love for ourselves and for each other, for the world. That’s what this music is about.” After a quick thank you to the crowd, he added, “Take kindness, respect, and empathy for yourself and for others out into the world.”
O que YOB e SUMAC têm em comum, para além de um foco no amor, é a família musical a que pertencem. Ambas as bandas tocam um metal pesado, soturno, a habitar regiões próximas do doom e do stoner metal. Para alguém não iniciado no amor ao heavy metal, o som destas bandas poderia fazer pensar em raiva e violência, em desespero e miséria. Mas qualquer das pessoas que gosta muito do som de YOB e SUMAC poderia testemunhar como outras emoções, mais solares e cheias de energia, afloram à superfície ao escutá-las.
view#001892 – 01 de Agosto de 2024
Quarenta quilómetros de Guimarães a Fafe e volta, com paragem a meio para mergulho na piscina. O Verão sabe bem. Torna-me felino, com dias de alternância entre atividade física intensa e ócio desmesurado.
view#001891 – 31 de Julho de 2024
Vou mostrar a halfbike a uma pessoa. É bastante comum pensarem que é mais fácil, até mais estável que uma bicicleta, o que me intriga mas já não me surpreende.
view#001890 – 30 de Julho de 2024
Começo com o personal trainer em breve, para emagrecer até um ponto mais saudável. Ao fazer as contas, o dinheiro que poupo por já não fumar aliviou o peso na consciência por gastar tanto dinheiro com o meu corpo.
view#001889 – 29 de Julho de 2024
Retomo o “Portrait in black and white – unlearning race”.
view#001888 – 28 de Julho de 2024
Desde que deixei de fumar, há 11 anos, poupei mais de 16.000 euros. O suficiente para pagar a bicicleta e todo o material associado, a tenda e todo o material associado, a halfbike, os patins, o skate, a máquina de remar e todas as férias que fiz. Este dinheiro foi usado no lazer, nas férias, no desporto e no meu bem estar. Parece-me que saí a ganhar.