Kroeber

#002210 – 17 de Junho de 2025

Felicidade: ter tempo para estar com as pessoas que amo, envolver-me em actividades que me desafiam, rir, aprender. E saúde mental e física, o mais possível. O resto, virá ou não por acréscimo.

#002209 – 16 de Junho de 2025

O brinde de Hob Gadling, ao seu amigo Dream, of the Endless: “To absent friends, lost loves, old gods, and the season of mists; and may each and every one of us always give the devil his due.”

#002208 – 15 de Junho de 2025

Demorei uns 10 anos a aceitar que me tinha tornado ateu. Estou agora já há uns anos a tentar reconciliar-me com estar a tornar-me pessimista. Vou-me agarrando a alternativas como a esperança sem optimismo, como propõe Srećko Horvat. Sinto-me órfão do futuro e ainda hesito em pensar para lá do futuro, como Franco Berardi.

#002207 – 14 de Junho de 2025

Biofreeze para o ombro, Cliff Cash para a alma.

#002206 – 13 de Junho de 2025

E, no entanto, sei que é a nostalgia a pintar de dourado o passado.

#002205 – 12 de Junho de 2025

Que saudades de quando havia uma silly season.

#002204 – 11 de Junho de 2025

Os acontecimentos no mundo têm tido muito mais aceleração do que o meu impulso de aqui escrever.

#002203 – 10 de Junho de 2025

Não ao nacionalismo e ao ódio. Não ao revisionismo histórico e aos mitos patrioteiros. Não ao racismo, ao racialismo, não à própria ideia de raça. Não às divisões e à violência, não, sempre não, à violência política, ao medo e outras armas. Sim à liberdade, ao respeito mútuo, sim a Portugal, esse artefacto histórico, assente numa geografia e numa amálgama cultural, essa ficção em que cremos porque temos uma língua comum.

#002202 – 09 de Junho de 2025

Jeffrey Sacks a dirigir-se ao Parlamento Europeu. O longo prazo, diz-nos, a nós europeus, poderá ser próspero, desde que asseguremos a paz. Diplomacia, em vez de corrida às armas, política externa europeia comum, em vez de vassalagem aos EUA. E mesmo, diz-nos ele que é americano, a extinção da NATO.

#002201 – 08 de Junho de 2025

É bizarro ver a pergunta “Quais são os limites do humor?” repetida até à exaustão pela imprensa no caso em que os Anjos arrastaram a Joana Marques até ao tribunal. A pergunta não tem capacidade de gerar boas conversas. Mas ainda que tentemos responder, havendo limite para o humor, de certeza que estará muito longe do acto específico pelo qual a Joana Marques está a ser julgada. Não há nada de insultuoso, de inconstitucional, nenhum apelo à violência, nada que nos faça pensar que a humorista pisou algum risco ético ou legal. Há apenas um vídeo com uma legenda, bastante modesta na sua ironia. A ideia de que se pode imputar os danos para a carreira destes músicos e o assédio moral que terão sofrido online àquele vídeo é imoral. Havendo uma indescritível loucura jurídica que dê razão aos Anjos, o que poderá impedir a seguir um político de levar a tribunal qualquer crítica ou sarcasmo, se a barra para o que intoleramos é tão baixa?