view#002245 – 22 de Julho de 2025
Estes textos estão atrasados 101 dias. Faltam 61 dias para o fim do ano. Nas minhas contas rudimentares, chego à conclusão que basta escrever pouco mais de dois textos e meio por dia até 31 de Dezembro e recupero o atraso. O ponto final neste texto já poderia ter sido colocado há mais de 5 minutos atrás. Quis verificar com o DeepSeek a minha lógica e o chatbot demorou tempos infinitos a dar a mesma resposta que eu. Má prompt de humano pouco hábil a usar “linguagem natural” para expressar uma pergunta matemática, dirão. Talvez. E haverá grande vantagem em me aproximar da estrutura lógica da máquina?
view#002244 – 21 de Julho de 2025
Envelhecer é processo que às vezes desacelera, numa câmara lenta cinematográfica, em que os sorrisos duram muito, as vozes se distorcem e as quedas demoram.
view#002243 – 20 de Julho de 2025
Na pastelaria, a música é brasileira, os éclairés são minis, as janelas atravessam a parede do fundo, a árvore lá fora é bem maior que o prédio de 4 andares, a chuva faz uma pausa, o Porto está imerso em neblina e eu aguardo a hora da fisioterapia.
view#002242 – 19 de Julho de 2025
Venho do futuro e trago melancolia.
view#002241 – 18 de Julho de 2025
Às vezes esqueço-me que sou livre. Vivo por hábito, receio, modos de pensar que já não me explicam nem comunicam bem com o mundo, expressões que deixam muito por dizer às pessoas em volta, medos e sensibilidades desajustadas, casca demais para tão tenro coração.
view#002240 – 17 de Julho de 2025
Sim, às vezes envergonho-me dos meus problemas, de uma certa fragilidade emocional. Há tantas pessoas com problemas a sério, que não vêm de dentro, mas das bombas que caem, da violência que sofrem às mãos de outro ser humano. Esse contraste talvez o use para acicatar a culpa que alimento. Mas é uma barreira estúpida que coloco, posso juntar-me a uma causa em que ajudo quem necessita. E ao mesmo tempo tratar de mim. Amarrotar-me e não fazer nem uma coisa nem outra é que não beneficia ninguém.
view#002239 – 16 de Julho de 2025
Deixar de escutar música é sintoma que conheço. Deixar de ler é sintoma pior, sinal de mais avançada maleita. Este mais curto, já ultrapassado. O primeiro ainda em vestígio, agora que inicio a convalescença.
view#002238 – 15 de Julho de 2025
Estar presente. Nem tudo, quase nada, é ameaça. Ser equânime, luminoso, basta deixar de inspirar cinza.
view#002237 – 14 de Julho de 2025
Tudo acontece sempre pela primeira vez.
view#002236 – 13 de Julho de 2025
Vontade de floresta, de sombra verde, de Gerês, fôlego mineral, passos de amigos próximos, garranos, cachenas, cogumelos e riachos, musgo, licranços, sapos e nós humanos, de visita, quase pertencendo também ao que é anterior à linguagem.