O Black Metal está a ser desmantelado. Não consigo imaginar uma melhor celebração deste fétido canto da música pesada que a sua apropriação. Gaylord, Violet Cold e muitos outros continuam o caminho começado já talvez há uns bons 10 anos. Tudo o que os conservadores e extremistas detestavam, como a homossexualidade, as mulheres, a utopia, está a invadir o seu triste domínio. Uma das compilações anti-facistas adoptou mesmo a sigla WOMAN, para deixar clara a sua posição contra a misogenia. Aqui WOMAN quer dizer “Worldwide Organization of Metalheads Against Nazis” e muito mais. Se Panopticon traz a sua ideologia anarcossindicalista e música bluegrass para uma estrutura tradicional de black metal, já outros projectos, como The Soft Pink Truth ou Gaylord são um ataque satírico, feito de um desrespeito militante e absolutamente delicioso. Este é um cadáver que não há-de procriar.
Tarde de surfskate, quilómetros a rolar. Sol de inverno, sorriso de verão.
Terapia, surfskate, ondas gigantes na Nazaré, planear biketrips.
Aprendi a andar de halfbike e surfskate, com 7 anos de diferença, nos mesmo 80 metros de asfalto.
No fundo, a história da minha relação com o meu próprio corpo é um inverso da história do patinho feio, que afinal se revelou um belo cisne.
Continuo a emagrecer devagar. Compenso o estrago que os medicamentos fazem. Quando era novo, por mais que comesse não deixava de ser magro. Agora que como de forma saudável, que não fumo e quase não bebo, que faço desporto diariamente, tenho as costas curvas, a barriga proeminente, o corpanzil de alguém que passa o dia no sofá.
Gosto de envelhecer. Sobretudo de desacelerar esta degradação do corpo. Estar ativo, ao me aproximar dos 50 anos de idade, é reinventar a lentidão, vesti-la de desporto, de ar livre, de mim.