view#001367 – 02 de Junho de 2023
Hoje considera-se um telefonema muito mais intrusivo que uma mensagem. Há quem considere um telefonema sem pedido de permissão prévio algo a roçar a má educação. Isto faz-me ter muito cuidado para não ferir sensibilidades. Mas na verdade, a minha sensibilidade é de sinal contrário. Um telefonema recebo-o como um bater à minha porta. Eu só abro se quiser. Mas uma mensagem é uma pedra que partiu a janela e aterrou à minha frente com um papel amarrado com algo escrito.
view#001366 – 01 de Junho de 2023
Há um sistema numérico que tem como base o número imaginário 2i.
view#001365 – 31 de Maio de 2023
Solidão. Não uma cura, mas um remédio, um remendo do cansaço a que as pessoas algumas vezes me atiram.
view#001364 – 30 de Maio de 2023
Cansaço. Palavra que defino pela inaptidão a que chego quando o contacto com outras pessoas se torna doloroso.
view#001363 – 29 de Maio de 2023
Implantes no maxilar, Dirk Gently, Epiphone a reparar.
view#001362 – 28 de Maio de 2023
Surf ranch 2023, bicicleta no mecânico, busca de um luthier.
view#001361 – 27 de Maio de 2023
Cores quiméricas, bola de basketball airless, antibióticos.
view#001360 – 26 de Maio de 2023
Regressei ao continente há 14 dias e vejo os mesmos locais onde estive na série “Rabo de Peixe” (Turn of the Tide). É uma história bem construída. E é elucidativo rever um paraíso turístico assim, pela perspectiva dos seus habitantes mais pobres. São Miguel também tem esquinas.
view#001359 – 25 de Maio de 2023
Pneu furado, regresso a empurrar a bicicleta.
view#001358 – 24 de Maio de 2023
“It's only a matter of faith whether we call it human stupidity or machine intelligence. They're indistinguishable logically”. Diz Jaron Lanier e mais. Diz ele que faz sentido compensar financeiramente as pessoas cujo trabalho criativo é reapropriado por ferramentas como o Chat GPT. Mas não ajuda nada a nossa habitual forma de pensar a “inteligência artificial” (Lanier rejeita a expressão e é até o autor de um texto na New Yorker intitulado “There Is No A.I.”). Diz que deveríamos pensar nestes programas, como os “Large Language Models”, não como entidades artificiais inteligentes, a caminho da omnipotência e de um estatuto divino, mas simplesmente como uma expressão da colaboração dos seres humanos. Diz que esta forma de endeusar estes pedaços de código e lhes atribuir iniciativa e consciência não nos ajuda a resolver os desafios que a tecnologia nos coloca. Lanier trabalha para a Microsoft. Depois de ter sido um dos pioneiros da e de dar nome à Realidade Virtual, trabalha nestes modelos de linguagem na Microsoft (que habitualmente chamamos de inteligências artificiais). O Chat GPT está integrado com o software da Microsoft que é também o maior financiador da empresa que criou este modelo, a Open AI. Não é uma voz maioritária, mas é interessante. Outras vozes que também nos fazem pensar de forma mais produtiva e crítica são por exemplo Emily Bender e Timnit Gebru autoras (entre outros) do artigo “On the Dangers of Stochastic Parrots”.