Ezequiel Carvalho

Físico dando pitacos sobre uma ruma de coisa que, na maioria das vezes, não sou especialista

Inicio dizendo que não sou artista ou produtor de conteúdo (não mais), mas tenho umas motivações para comentar sobre. Primeiro que sou um entusiasta de tecnologias como um bom nascido nos anos 2000; outro é que meus amigues estão tratando sobre esse assunto também dando seus pitacos e... sinto dizer que discordo de alguns. Vou destrinchar isso no decorrer do texto, mas, não é que discordo do argumento principal, mas é que acho que não é ele quem deve ser a vanguarda do debate.

Vou dividir assim: 1) Truques e Portfólio; 2) O que me assusta de verdade; 3) A vanguarda do debate

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A nossa curta vida útil

Uma guerra longa, crônica e silenciosa é permanentemente sofrida por nossos povos – e os senhores sabem disso – sob forma de fome, de doença, pela ignorância e pela exploração. Se a mocidade não discutir os nossos problemas, quem discutirá por nós? – Leite Lopes, intervenção na 17ª Conferência Pugwash sobre Ciência e Questões Internacionais. Suécia, 1967.

Nós somos profissionais da ciência, e o fato de termos o título de cientista, não nos torna isentos de todas as relações sociais do mercado de trabalho.

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A abiogênese[1] do conhecimento

Nosso sistema educacional se fundamenta sobre um elitismo que tende a fortalecer a posição de mando das classes dominantes. Dentro desse sistema elitista, a ciência e tecnologia aparecerão como instrumentos a serem manipulados por essas classes em proveito do fortalecimento do seu sistema. - Leite Lopes, em “Einstein”, 1979.

A natureza é algo perceptível, mensurável, quantificável e previsível[2]. É justamente a partir da percepção de um evento, da formulação de hipóteses, de testes e conclusões, que nasce o conhecimento científico, e quem o faz, o cientista. Pensemos então: o que leva o cientista a perceber esses eventos? Imaginamos que é um sentimento fábulo de curiosidade, uma ânsia pela “busca da verdade”, uma contemplação artística do “belo natural”. São visões bastante poéticas para diretriz de um cientista, que nasce da natureza do ser humano de compreender a natureza da natureza, um instinto, algo objetivo (e se considerarmos a subjetividade de nossos sentimentos como aquilo que nos torna “humanos”, o conhecimento nasce por um fator “não vivo”). Agora, pensemos posterior ao nascimento desse conhecimento, o que fazer com ele? É com essa pergunta que cria-se o conceito de tecnologia. Técnicas, ferramentas, meios criados para facilitar as atividades humanas.

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Cartaz Científico Soviético

Unificando as forças da natureza

A natureza é algo de fato admirável. Seus comportamentos, dos mais variados possíveis, são observados e tentados a compreensão desde o princípio das espécies “homo”. Olhamos para cima, observamos o gracioso balé dos corpos celestes, rodopiando no espaço em velocidades incríveis, guiando-nos em jornadas imensas, cuja história relata com tanto furor. Olhamos para baixo, e com certa ajuda, observamos o caos de partículas minúsculas a se colidirem ferozmente, mas também, a organizada marcha regular das mesmas, em fila, prontas para iluminar o mundo a nossa volta. Também olhamos ao redor, observamos o horizonte, vemos pedras pontiagudas e máquinas famintas por combustíveis, o cair das maçãs em planícies e o levantar de colinas de cimento que arranham os céus. Além do espaço, ainda temos o impiedoso tempo, que ao fluir, deixa conosco arrependimentos, remorsos e lembranças de felicidade. A Física busca entender os comportamentos da natureza, e como dizia o físico Einstein, o mais incompreensível da natureza é que ela é compreensível.

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